segunda-feira, 23 de março de 2009

A última viagem da Battlestar Galactica


É com um misto de tristeza e alegria que eu escrevo esse post. A tristeza é pelo fato de que na última sexta-feira chegou ao final uma das melhores séries de ficção científica dos últimos anos: Battlestar Galactica. Já a alegria, é pelo fato de que pelo menos a série teve um final digno. Bom, como já deu pra perceber, nesse post eu vou comentar sobre o final da série, então se não quiser saber de nada é melhor parar de ler por aqui. Você foi avisado.

Para o espectador mais desavisado, ou o fã mais distraído, a série teve um final estranho para uma produção sci-fi, mostrando a influência de seres divinos em toda a trama. Mas para o verdadeiro fã de Galactica, tudo fez sentido, afinal, na série original de 1978, existiam os seres de luz, que desde sua primeira aparição já demonstravam ter poderes cósmicos. Já na Galactica atual, eles aparecem desde o primeiro episódio, mas nunca mostrados claramento como seres divinos. Na verdade, durante quase toda a série eles foram mostrados como uma alucinação de Gaius Baltar, na forma da Head Six. Quem diz que as explicações divinas no final da série foram apenas falta de criatividade dos roteiristas, com certeza não acompanhou a história desde a primeira temporada. Ou não prestou a devida atenção aos detalhes.

Mas voltando ao comentário sobre o episódio final. Ele começa com a última batalha da Galactica contra os Cylons, na esperança de conseguir resgatar a menina Hera, última esperança dos humanos e dos Cylons rebeldes. Apesar de ficar empolgado com a ação frenética das batalhas (tanto espaciais quanto em solo), confesso que fiquei com medo do episódio inteiro ser assim, afinal, Galactica nunca foi sobre combates e ação desenfreada. Felizmente, meu medo não se concretizou e ação durou apenas o necessário. E então, veio o começo do fim. Um fim que muitos fãs acreditavam que seria sombrio, com a frota voando sem rumo pelo espaço, ou sendo destruída de alguma forma. Tudo por causa do episódio em que eles encontram a Terra devastada por uma guerra nuclear, afinal, o plot da série sempre foi a busca pela Terra e se ela estava destruída não existia mais esperança. Aliás, desde a segunda temporada eu sempre achei que o final seria eles chegando na nossa Terra, na pré-história, e iriam iniciar várias culturas como a grega, por exemplo. E qual não foi a minha surpresa, ao ver a Galactica saltando próximo de um planeta azul, com um continente na forma da África.

Pois é, eu estava certo, Battlestar Galactica teve um final feliz e eles influenciaram toda a nossa cultura. As cenas finais da série se passam em Washington no ano de 2009. Foi um final apoteótico e sempre com toda aquela carga filosófica que foi marca da série. O mais interessante é que um dos mantras repetidos durante todo o seriado era "Tudo isso já aconteceu antes e tudo irá acontecer novamente". E o final dá exatamente essa impressão. Apesar da frota ter se livrado de toda a tecnologia, por achar que isso é que era a causa das guerras, as últimas cenas mostram a evolução tecnológica de hoje em dia, com vários robôs e inteligências artificiais sendo criados. Ou seja, os coloniais se tornaram a tribo perdida que eles tanto buscavam e cedo ou tarde a inteligência artificial vai começar uma guerra na Terra e todo o ciclo vai recomeçar.

Mas uma das coisas mais polêmicas nesse último episódio foi a importância da Hera. Desde o nascimento dela, sempre foi dito que ela era extremamente importante tanto para os cylons quanto para os humanos. E muitos fãs criticaram o final dizendo que ela não fez nada no último episódio, que apesar dela saber as coordenadas para a Terra, a Starbuck também sabia, tanto que é ela quem ativa o salto que leva a Galactica para o planeta. Então, por que diabos arriscar a vida de várias pessoas pra salvar a Hera? A resposta é simples: se não fosse pela missão de resgate, a Galactica não ficaria extremamente avariada como ficou e o Almirante Adama não teria mandado a Starbuck saltar com a nave para qualquer lugar. Foi apenas nesse momento de tensão que a Starbuck se deu conta de que ela sabia as coordenadas, até o momento ela ainda não tinha entendido o significado da música. Ou seja, a Hera precisou ser sequestrada para que houvesse a missão de resgate onde, finalmente, Starbuck despertaria. Tudo de acordo com os planos dos deuses.

Abaixo vou comentar um pouco sobre o que acontece com alguns personagens ao final da série:

Boomer - Apesar de se arrepender e devolver a Hera para a frota, teve o que mereceu: foi metralhada por outra modelo número 8, a Athena.

Cavil - Covarde como sempre, não teve coragem de enfrentar o Adamão e deu um tiro na boca.

Tori - Eu já tinha até perdido as esperanças dessa desgraçada pagar pela morte da Cally, mas finalmente aconteceu. Quando os Final Five unem as mentes para acessar o conhecimento sobre a ressurreição Cylon, o chefe Tyrol vê o que Tori fez e acaba quebrando o pescoço da desgraçada.

Chefe Tyrol - Após chegar na Terra, ele diz que está cansado de toda a humanidade e de todos os cylons e resolve ir viver isolado nas montanhas. A única coisa que não gostei foi o fato dele ter abandonado o filho após descobrir que não era o pai. Pô, ele cuidou do garoto durante anos e só porque descobriu isso acabou o amor pelo filho?

Apolo - Acaba ficando sozinho depois que o Adamão vai embora e a Starbuck some. E é dele a idéia de se livrarem de toda a tecnologia. Gostei de ver ele voltando a lutar no último episódio, nunca gostei do Apolo político, prefiro ele piloto.

Adamão e Roslin - Percebendo que Roslin não tem muito tempo de vida por causa do câncer, o Almirante Adama vai embora com ela a bordo de um Raptor. Do jeito que ele se despede do Apolo, achei até ele iria se matar, mas ele faz apenas um passeio com a Roslin. Depois que ela morre, o Adama resolve construir uma cabana em um local isolado e passar o resto da vida lá.

Helo e Athena - Ao que tudo indica viveram felizes para sempre junto com a Hera, que 150 mil anos depois foi considerada a mãe da humanidade, a Eva Mitocondrial.

Coronel Tigh e Ellen - Parece que finalmente os dois vão conseguir ser felizes morando na Terra, pelo menos até o primeiro porre que um dos dois tomar. Afinal, em Galactica já faltou água, comida e combustível, mas uísque sempre teve de sobra...hehe!

Gaius Baltar - Finalmente se redime de todos os seus pecados passados e entende que tudo o que fez era parte de um plano maior. Ao que tudo indica, também se arrepende de ter renegado seu passado e do modo como tratou o próprio pai. Resolve que vai ser um agricultor, junto com o amor da vida dele, a Caprica Six.

Starbuck - Outro ponto polêmico do episódio: o sumiço de Starbuck. Sinceramente, eu também fiquei um pouco decepcionado com o destino da minha personagem preferida. Eu esperava que fosse ter alguma explicação para o fato dela ter morrido e voltado, mas ela simplesmente some quando o Apolo está conversando com ela. Ao que tudo indica ela era um anjo que guiou a humanidade para a salvação.

Head Gaius e Head Six - As duas entidades que manipulavam várias partes da história desde o começo, mas só no último episódio fica claro que eles tinham um plano maior o tempo todo. E também não fica claro se eles são anjos ou formas de vida extremamente evoluídas. No diálogo final entre os dois, a Six diz "talvez seja o plano de deus" e Gaius responde "você sabe que ele não gosta de ser chamado assim". Fica a cargo de cada um achar o que quiser.

Bom, finalmente, este post gigante chegou ao fim, assim como Battlestar Galactica, a melhor série de ficção científica dos últimos anos. É, eu sei que já escrevi isso lá em cima, mas é sempre bom lembrar. E agora resta a nós, fãs do seriado, esperar pelo filme The Plan, que vai se passar entre as temporadas três e quatro. Quem sabe não tenhamos mais algumas repostas nesse filme?. Além disso, em breve deve estrear o novo seriado Caprica, que, se não me engano, vai se passar 50 anos antes dos eventos mostrados em Galactica. Vamos torcer para que essa série seja tão boa quanto Battlestar Galactica.

So Say We All.

Tarantino's Mind

Tarantino's Mind é um curta metragem produzido pelo Selton Melo e estrelado por ele e pelo Seu Jorge. Na história eles são dois caras paranóicos conversando em um bar e, de repente, o Selton Melo revela que desvendou o "código Tarantino". O Selton Melo é demais e o Tarantino também, pelo menos eu acho. Em certo momento do vídeo o Selton diz que Tarantino é um gênio porque criou um épico e dividiu em vários filmes, aí ele mostra toda a sua nerdisse demonstrando explicando como todos os filmes estão interligados. Obviamente, em vez de eu ficar explicando, é melhor assistir ao vídeo logo abaixo. Mas se você nunca assistiu nenhum filme de Quentin Tarantino, não vai entender nenhuma das referências desse curta. Divirta-se:


segunda-feira, 16 de março de 2009

O poder de um nome


Estréia amanhã, no Warner Channel brasileiro, o seriado Fringe, criado pelo pai de Lost, J J Abrams. Quando foi anunciada a exibição de Fringe na tv americana, em setembro passado, criou-se muita expectativa, afinal, além do sucesso de Lost, Abrams já tinha emplacado os seriados Alias e Felicity. Confesso que o currículo dele ñ me empolgou muito porque apesar de gostar muito de Alias, acho Lost apenas legal, que voltou a ficar muito bom agora na quinta temporada. Porém, em todas as notícias que saíam sobre Fringe, ele era comparado com Arquivo X, meu seriado preferido até hoje. Então, quando finalmente setembro chegou, lá fui eu começar a assistir Fringe. E desde então venho acompanhando esse suplício.

O fato é que a série sobrevive apenas por causa do nome que J J Abrams já tem construído na tv americana, o que faz com que os mais fanáticos achem o seriado o máximo, quando na verdade nem mediano ele é. Falando sinceramente, Fringe é bem ruim, eu só continuo acompanhando pra ver como vai terminar a primeira temporada. Se você, assim como eu, for fã de Arquivo X e quiser assistir Fringe pela semelhança, esqueça, o seriado nada tem a ver com a brilhante criação de Chris Carter.

Fringe já começa mal na escalação da protagonista. A atriz faz a mesma cara de nada em todas as situações, seja um momento feliz, um momento de medo, um momento de tristeza, lá está ela com a mesma cara de nada. Fora que todo episódio é a mesma coisa: acontece uma coisa bizarra que sempre tem a ver com algum experimento que o doutor Bishop fez no passado. Aí eu entro na comunidade de Fringe no orkut e só vejo gente falando maravilhas da série. Droga, eu sei que se você está na comunidade de um seriado é porque você é fã dele, mas só por isso você só pode escrever elogios? Eu acho isso burrice, até porque se uma pessoa não for criticada de vez em quando, ela nunca vai corrigir certos defeitos. Felicity, Alias e Lost foram um sucesso? Legal, mas alguém precisa dizer "ei Abrams, você pisou na bola com Fringe".

Infelizmente, a conclusão que eu chego é que você só precisa fazer uma coisa bem feita na vida e arrebanhar uma legião de fãs, depois disso pode fazer qualquer porcaria porque os fãs vão se encarregar de que ela vire um sucesso. Enquanto isso, bons seriados vão sendo cancelados por não terem pessoas com o mesmo prestígio por trás deles. Rapidamente de cabeça eu posso citar dois que tinham excelentes histórias, mas foram sumariamente cancelados: True Calling e John Doe. Nossa, como eu adorava John Doe, mas acho que a série era inteligente demais para o público norte-americano.

Pois é, eu até tinha mais exemplos pra dar, afinal, não é só no mundo do seriados que isso acontece. Mas como esse post já ficou muito grande, eu vou ficando por aqui mesmo.

Who Watches the Watchmen?


Como todo bom fã de quadrinhos, semana retrasada eu fui ao cinema assistir a estréia de Watchmen: O filme. É óbvio que fui logo cedo, na primeira sessão, pra ter aquela sensação de ser o primeiro a assistir. Quando eu digo que vi Watchmen a primeira pergunta que alguém me faz é se o filme é bom, mas eu nunca sei o que responder porque esse é aquele tipo de filme que cada pessoa vai achar algo diferente. Os fãs xiitas vão reclamar do final diferente da revista (mais pra frente eu vou comentar isso), as pessoas que nunca ouviram falar de Watchmen e acham que é apenas mais um filme de super heróis provavelmente vão sair desapontadas do cinema. Então, a única coisa que eu posso fazer é dar a minha opinião como fã de quadrinhos e de cinema: Watchmen é simplesmente sensacional.

Eu digo isso não apenas por causa da história que já era boa na revista, mas porque o diretor do filme, Zack Snyder, conseguiu fazer uma adaptação quase perfeita para a grande tela. Algumas cenas parecem ter sido tiradas do próprio gibi, provavelmente Snyder usou as revistas como storyboard. Além disso, vários diálogos permaneceram exatamente iguais como estão na obra original. Outro ponto positivo foi não tentar adaptar a história para os dias de hoje, mas mantê-la se passando na década de 1980. Mas é claro que certas coisas tiveram que ser alteradas para se encaixar melhor no filme e diminuir a duração do mesmo. Uma das coisas que os fãs mais vão sentir falta são o jornaleiro e o garoto q lê os Contos do Cargueiro Negro. Eu sinceramente não senti falta disso, não é uma das minhas coisas preferidas na hq. Mas uma das mudanças mais significativas mesmo fica por conta da violência e do sexo.

Não que a revista não tenha essas duas coisas, mas no filme ela é maximizada. Mais um ponto que muita gente não entende e acaba criticando. Mas veja bem, quando o gibi de Watchmen foi lançado na década de 80 ele fazia toda uma crítica aos heróis e revistas de heróis da época, colocando cenas violentas e heróis fazendo sexo. Já no filme, Zack Snyder quis fazer críticas aos filmes de heróis. E como fazer isso quando temos um Coringa tocando o terror no filme do Batman com classificação 13 anos? Fácil: chutando a classificação de Watchmen para 18 anos e mostrando muito mais violência em alguns minutos do que Cavaleiro das Trevas em uma sessão inteira. Outra coisa bastante criticada pelos fãs antes mesmo da estréia foram os mamilos no uniforme do Ozymandias. Putz, será que ninguém percebeu que aquilo era justamente uma referência aos terríveis filmes do Batman dirigidos pelo Joel Shumacher?

E finalmente, vamos falar do final do filme. Portanto, se você ainda não assistiu e nem leu Watchmen, pare de ler por aqui porque o resto do texto está repleto de spoilers.





No final da revista, Ozymandias usa um monstro para concretizar seus planos de paz mundial e no filme ele usa várias bombas espalhadas pelo mundo. Os fãs reclamam porque acham que a lula gigante é fundamental na história. Eu não concordo, o fundamental é que Ozymandias consegue obter a paz com o sacrifício de milhões de vidas humanas e isso aparece no filme. Aliás, uma lula gigante representando uma ameaça alienígena pode funcionar muito bem nos quadrinhos, onde toda hora tem uma invasão alienígena. Mas no cinema, as bombas foram mesmo uma sacada muito melhor e faz muito mais sentido EUA e Rússia ficarem com medo do Dr. Manhatan, cujos poderes já eram bem conhecidos, do que ficar com medo de um monstro que surge do nada e morre quando se teleporta pra Nova York.





Enfim, se você é fã de quadrinhos, leia Watchmen e vá ao cinema, ou vá ao cinema e depois leia Watchmen porque vale a pena. Mas se você está querendo ver mais um filme de super heróis, onde no final eles salvam o mundo e todos vivem felizes para sempre, você não está preparado para Watchmen, é melhor esperar sair um novo filme do Homem-Aranha mesmo.

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