domingo, 27 de dezembro de 2009

Avatar

Desde que foi anunciado, Avatar provocou um alvoroço na indústria do cinema, afinal, o diretor James Cameron passou 10 anos desenvolvendo a tecnologia necessária para contar a história, gastando mais de 400 milhões de dólares no processo. Isso sem contar que seria o primeiro filme de ficção de Cameron desde o mega sucesso de bilheteria Titanic. E o resultado disso tudo é embasbacante, pelo menos no que se refere ao visual do filme. Infelizmente, a história não é lá grande coisa, qualquer pessoa que assiste muitos filmes já sabia o final de Avatar só de ver os trailers.

Tudo começa quando o soldado Jake Sully (Sam Worthington) chega ao planeta Pandora e acaba recebendo a missão de s
e infiltrar entre os Na'Vi, a raça inteligente do planeta, que lembram os indígenas da Terra. Jake tem que ganhar a confiança deles para que os humanos consigam explorar a região onde as criaturas vivem e extrair o unobtainium, uma substância extremamente valiosa. Daí pra frente já é tudo previsível, você sabe que o soldado humano vai acabar se apegando à cultura local e lutando ao lado deles. o que faz o ingresso valer a pena mesmo são os efeitos especiais e o mundo criado por James Cameron.

Pandora é basicamente um planeta flores
ta, não existem estruturas tecnológicas, e é impressionante como, apesar da aparência alienígena, todo aquele ecossistema parece realmente existir. Quando algum humano interage com o local, você nem lembra que na verdade o ator está atuando em um fundo verde, tamanha é a perfeição dos cenários. Mas é quando os Na'Vi aparecem na tela que percebemos que os 10 anos que Cameron passou desenvolvendo suas tecnologias valeram a pena. A tecnologia de captura de movimentos e das feições dos atores é de cair o queixo. Mesmo com três metros de altura, braços longos e pele azul, é possível reconhecer cada ator que emprestou seu rosto para ps Na'Vi ou para os avatares. A movimentação das criaturas é muito natural, não dá aquela sensação de estar vendo um boneco em movimento na tela. Quando um Na'Vi encontra com um humano então, temos a certeza de que essa raça de seres azuis realmente existe.


A preocupação de Cameron em querer mostrar o mundo que ele criou fica clara no modo como a história se desenvolve. Com mais de duas horas e meia de duração, Avatar tem um ritmo lento, não apenas para desenvolver os personagens e suas motivações, mas principalmente para mostrar toda a beleza de Pandora. O problema desse ritmo lento é que algumas partes se mostraram realmente chatas, eu quase dormi quando começou toda aquela cantoria psicodélica dos Na'Vi. Quem for ao cinema esperando um filme de ação ininterrupta, pode esquecer. A maior parte do longa metragem é sobre Jake Sully aprendendo dos costumes Na'Vi, enquanto Cameron mostra como Pandora é bonito e como a tecnologia que ele criou é impressionante. A ação mesmo foi deixada para a parte final do filme.

E quando se trata de ação, o diretor de Exterminador do Futuro 1 e 2 sabe o que faz. Além dos combates entre máquinas e seres gigantes serem sensacionais, James Cameron sabe exatamente o que o público quer ver, ele não se utiliza de cortes rápidos nem de closes exagerados, como acontece em Transformers 2, por exemplo. Pelo contrário, muitas batalhas são mostradas com um plano bem aberto, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na tela. Resumindo, quando o assunto é dirigir cenas de ação, James Cameron é tudo que Michael Bay gostaria de ser.



Uma coisa que fica bem clara em Avatar é a crítica à sociedade moderna e ao modo como nós cuidamos do planeta, principalmente quando um dos personagens diz que, ao contrário de Pandora, não existem mais florestas na Terra. E é impossível não fazer uma comparação com os humanos atrás de unobtainium e os EUA invadindo o Iraque em busca de Petróleo. Só faltou o exército humano inventar que os Na'Vi possuíam algum tipo de arma de destruição em massa.

Ao final do filme, fiquei com a sensação de que poderia ter sido bem melhor. O filme é divertido e tal, mas não saí do cinema falando "nossa, que foda, quero assistir de novo" (eu assisti Dark Knight três vezes no cinema), só devo assistir novamente quando sair em dvd. Nem o 3D do filme eu achei tão sensacional assim, mas provavelmente no IMAX deve ser mais impressionante. James Cameron bem que podia ter se dedicado um pouco mais à história e não apenas à tecnologia. Basta lembrar de Matrix que, em 1999, revolucionou os efeitos especiais da época e ainda contou uma história sensacional (que foi estragada com os outros dois filmes).



PS: Uma coisa que achei engraçada foi a quantidade de pessoas que foram assistir Avatar achando que fosse a adaptação daquele desenho animado. E não eram apenas crianças, tinha muito marmanjo não entendendo nada no meio do filme.

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