segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Killzone 3

Antes de mais nada, um resumo dos acontecimentos até o momento pra quem nunca jogou Killzone. O planeta Helghan foi invadido pelas forças ISA, do planeta Vekta, que achavam que os Helghasts estavam praticamente derrotados. Porém, eles possuíam armas de destruição em massa extremamente poderosas. Para acabar com a guerra, a ISA deveria capturar Visari, o líder do planeta. Infelizmente, um dos soldados ISA não se conteve e o matou, fazendo com que os Helghasts jogassem uma bomba nuclear em uma de suas próprias cidades para derrotar as forças de Vekta. E é aí que termina o segundo jogo da série

killzone1 Killzone 3 começa meio devagar, com uma cena que se passa seis meses depois do segundo jogo e que, estranhamente, coloca o jogador no comando de um Helghast. não demora para percebermos que se trata de um soldado da ISA disfarçado que está em uma missão de resgate. Essa sequência inicial na verdade só serve para ensinar os comandos básicos aos novatos e dar um spoiler do que vai acontecer muito mais à frente no jogo.

Após passar por esse “treinamento”, a preocupação com os novatos desaparece e o jogo volta seis meses no tempo, para o momento logo depois que Rico Velasques assassinou Visari à sangue frio. E aí a ação começa pra valer e não para mais. Enquanto no Killzone 2 os soldados da ISA estavam em vantagem na maior parte do jogo (até as coisas se inverterem perto do final), em Killzone 3 a coisa é diferente e o bicho pega pro lado dos soldados do bem. O sargento Sevchenko (Sev) e seus companheiros agora estão atrás das linhas inimigas e precisam dar um jeito de sair do planeta antes que sejam todos mortos.

Essa sensação de estar em terreno inimigo fica clara desde o início, com hordas de inimigos sendo enviadas pra cima do jogador sem que o mesmo tenha muito tempo pra pensar. Mesmo na dificuldade normal, o nível de desafio é grande e quem nunca jogou um game de tiro vai penar bastante. Parte desse aumento na dificuldade se deve à inteligência artificial aprimorada de Killzone 3.

Enquanto no segundo jogo era comum ficar algum tempo atrás de alguma barreira pensando no próximo movimento, isso pode se mostrar fatal nesta continuação. Os Helghasts agora percebem quando os tiros cessaram por muito tempo e avançam até onde o jogador está escondido. E, como não são burros, eles sempre vão em grupos. Além disso, os inimigos estão mais resistentes, talvez tanto quanto o jogador, o que deixa os combates muito mais estratégicos. Fora que os Helghasts agora têm a péssima mania de ficarem bastante tempo escondidos atrás de barreiras, exatamente como os jogadores. 

killzone5 Outra excelente novidade em Killzone 3 são os cenários muito mais variados do que no game anterior. Desta vez, além de invadir estruturas inimigas, os jogadores vão passar por cenários como desertos, campos cobertos de neve e florestas. Aliás, o cenário da floresta apresenta um novo elemento para a série: a furtividade. Nesta parte, é preciso que o jogador elimine os inimigos sem ser avistado, pois os soldados Helghasts que estão por ali são muito superiores e podem matar o jogador em questão de segundos. E matar alguém no corpo a corpo nunca foi tão divertido, podendo o personagem quebrar o pescoço inimigo, cortar a garganta ou enfiar uma faca no olho do pobre infeliz.

Com os novos cenários, também aumentaram o número de fases a bordo de veículos. Além do exoesqueleto (já presente em Killzone 2), os jogadores podem atirar a bordo de naves, tanques e uma espécie de moto que anda na neve. Além disso, novos equipamentos também estão disponíveis, sendo os mais divertidos o jetpack e uma arma que desintegra o inimigo atingido e outros que estejam por perto dele.

A apresentação do jogo está ainda melhor que em Killzone 2, com gráficos sensacionais e cenas de ação de tirar o fôlego e que poderiam estar presentes em qualquer grande filme de Hollywood. Destaque para a cena em que Sevchenko e o capitão Narville estão defendendo o acampamento da ISA. A única crítica quanto aos gráficos do game fica por conta do cabelo dos personagens, que não apresentam nenhuma movimentação e naturalidade. Não é à toa que todos os protagonistas possuem cabelos curtos.

killzone4 Felizmente, a diversão de Killzone 3 não termina após o fim do jogo, graças ao seu excelente multiplayer, que divide os jogadores entre as facções ISA ou Helghast. São três modos de jogo: Guerrilha, Operações e Zona de Guerra. O primeiro é bem simples, basta matar o adversário e vence a equipe que matar mais. Em operações, os ISA e os Helghasts lutam para dominar certas áreas do cenário e acumularem pontos com isso. Existem até algumas cenas no começo de cada missão, com o comandante dando as instruções. Porém, o modo mais divertido é o Zona de Guerra, no qual os objetivos mudam o tempo todo. As missões vão desde colocar cargas explosivas na base inimiga, até assassinar um alvo específico ou eliminar quantos adversários forem possíveis no tempo estipulado.

Antes de entrar em cada missão, o jogador deve escolher entre cinco classes: Infiltrador, Tático, Médico, Engenheiro e Atirador de Elite. Cada um com suas vantagens próprias. O Infiltrador possui a habilidade de se disfarçar como o inimigo e se esconder na própria base deles. Em níveis mais avançados é bem difícil perceber o disfarce. O Tático pode capturar certas áreas para que os jogadores ressurjam ali, além de marcarem temporariamente a posição dos inimigos no mapa. O Médico cura os jogadores (óbvio) e pode ressuscitar de repente, surpreendendo o inimigo. O Engenheiro, além de consertar caixas de munição que podem ser usadas pela equipe, também pode construir metralhadoras que atacam automaticamente os adversários. O Atirador de Elite consegue se camuflar com o ambiente, além de possuir a habilidade de não aparecer no radar adversário.

killzone6 Como se não bastasse ser um jogaço, Killzone 3 é mais um a receber legendas e áudio em português brasileiro. Porém, é uma pena que a Sony tenha escolhido realizar o trabalho de dublagem nos EUA, ao invés de utilizar algum estúdio brasileiro para o serviço. Enquanto personagens como Sevchenko e Rico estão apenas ok, outros como o capitão Narville estão com vozes abaixo da média. Não é raro a ação estar rolando solta e o personagem falar com uma voz que não apresenta emoção alguma. Fora os termos em inglês que podem ter mais de um significado e que acabam sendo traduzidos erroneamente. Como a expressão “got it”. Em determinado momento, Rico diz “consegui”, quando o que faria mais sentido na situação seria “entendi”.

Mesmo com esses pequenos problemas na dublagem, Killzone 3 ainda vale a pena ser jogado em português, nem que seja apenas uma vez. Por mais que eu entenda inglês, nada substitui a língua materna, principalmente em um jogo que sempre tem alguém gritando ordens pra você. Poder ouvir essas ordens na sua própria língua, sem se preocupar em ler as legendas é gratificante. Fica a torcida para que os próximos games traduzidos possam ser dublados por estúdios profissionais aqui do Brasil.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Soldado Universal 3: Regeneração

Eu sempre gostei de Soldado Universal, mas as continuações acabaram me deixando perdido, algumas eram com Jean-Claude Van Damme (astro do primeiro filme), enquanto outras colocavam outros atores no papel de Luc Deveraux. Mas quando li que sairia um novo filme da série com participação de Van Damme e Dolph Lundgren, fui obrigado a assistir.

A história mostra um grupo de terroristas chechenos que raptam os filhos do presidente e tomam a usina nuclear de Chernobyl, ameaçando desencadear uma nuvem radioativa se as exigências deles não forem atendidas. Para ajudar nos seus objetivos, os terroristas utilizam uma nova geração de Soldados Universais, dessa vez clones de soldados mortos em combate, em vez dos próprios soldados mortos. E quem nunca assistiu a algum outro filme da série não precisa se preocupar, tudo que é necessário para entender esta continuação é explicado por alguém no filme. Mas, sinceramente, a história aqui é o de menos, o que importa mesmo é a ação e a pancadaria.

O filme já abre com uma cena de perseguição alucinante, com carros batendo e a polícia e os terroristas trocando vários tiros. Mas a coisa fica boa mesmo quando os soldados universais aparecem, as cenas de pancadaria entre eles são sensacionais. Nada de cortes rápidos onde você não consegue ver nada, pelo contrário, algumas vezes chega a parecer que as porradas são reais. Chama atenção também a cena em que Luc Deveraux (Van Damme) invade um prédio em Chernobyl, toda filmada sem cortes enquanto ele vai se esgueirando pelos cantos e matando quem aparece pela frente. É tudo muito bem coreografado e sangrento, chega até a espirrar um pouco de sangue na câmera.

Enfim, Soldado Universal 3 não é um filme revolucionário, nem uma mega produção (tanto que saiu direto em DVD), mas é ideal para aqueles que sentem saudades das produções de ação das décadas de 80 e 90, principalmente no que diz respeito à violência. Vale a pena assistir em uma tarde de sábado sem nada pra fazer.


PS: Agora espero ansioso a estreia de Os Mercenários. Esse sim promete ser O filme de ação.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Atividade Paranormal

Em 1999, o filme A Bruxa de Blair conquistou fãs no mundo inteiro com seu jeito novo de fazer terror: câmera nas mãos dos atores e uma historinha pra boi dormir, que dizia que tudo que aparecia na tela tinha acontecido de verdade. Quanto mais gente assistia o filme, mais gente acreditava que era tudo verdade e assim, uma produção que custou apenas 35 mil dólares arrecadou milhões em bilheteria. O tempo passou, todos perceberam que nada daquilo era real e tudo voltou ao normal. Até que, em 2009, apareceram outros dois filmes nesses moldes: o bom REC e o detestável Atividade Paranormal.

Logo no começo do filme é utilizada a mesma estratégia que foi usada no filme da bruxa, com uma mensagem dizendo que todas aquelas imagens são reais, além de um agradecimento à polícia e às famílas das vítimas por cederem as imagens. Sem contar que aqui também os personagens têm os mesmos nomes dos atores. Será que os produtores acharam que alguém realmente iria cair nessa? Mas mesmo que alguém acreditasse, tudo cai por terra quando o filme começa.

O personagem Micah compra uma câmera para tentar registrar qualquer coisa estranha na casa, já que a esposa dele, Katie, tem sentido coisas estranhas acontecendo de noite. O problema é que o filme ficaria muito chato se mostrasse apenas cenas do quarto do casal de noite (local onde ocorrem as atividades paranormais), então Micah simplesmente não para de gravar. Em Bruxa de Blair, os personagens gravavam o tempo todo pois tinham a desculpa de estar fazendo um documentário, mas em Atividade Paranormal a primeira coisa que o casal faz quando acorda é pegar a câmera. O pior são as cenas em que Micah vai mostrar alguma gravação para Katie, ele simplesmente fica filmando a tela do computador. Isso, além de deixar o filme ainda mais inverossímel, o deixa também repetitivo, uma vez que o público já tinha visto essas imagens que Micah está mostrando para a esposa.

E, como não existe nada tão ruim que não possa piorar, até a edição do filme é ruim. Em certo momento, Katie está gritando e Micah corre para socorrê-la (sempre com a câmera na mão), aí a cena sofre cortes rápidos para não mostrar todo o caminho que o protagonista faz da sala até o quarto, mas o som de Katie gritando é contínuo. Como os produtores esperam que a gente acredite que aquelas imagens são reais fazendo coisas desse tipo? E aquele trailer que mostrava pessoas assistindo o filme e levando vários sustos é pura mentira, na verdade chega a dar sono já que não acontece praticamente nada de interessante, com exceção de uma cena ou outra. Pra não dizer que o filme não tem nada de bom, até que Atividade Paranormal serve pra dar umas risadas com algumas forçadas de barra. É impressionante como os personagens, por mais assustados que estejam, fazem de tudo antes de acender as luzes, provavelmente para deixar a platéia com mais "medo".

Para os fãs de Bruxa de Blair, que estejam procurando um bom filme com câmera na mão, esqueçam Atividade Paranormal. Procurem por REC, que é muito mais divertido, despretensioso e rende alguns bons sustos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Avatar

Desde que foi anunciado, Avatar provocou um alvoroço na indústria do cinema, afinal, o diretor James Cameron passou 10 anos desenvolvendo a tecnologia necessária para contar a história, gastando mais de 400 milhões de dólares no processo. Isso sem contar que seria o primeiro filme de ficção de Cameron desde o mega sucesso de bilheteria Titanic. E o resultado disso tudo é embasbacante, pelo menos no que se refere ao visual do filme. Infelizmente, a história não é lá grande coisa, qualquer pessoa que assiste muitos filmes já sabia o final de Avatar só de ver os trailers.

Tudo começa quando o soldado Jake Sully (Sam Worthington) chega ao planeta Pandora e acaba recebendo a missão de s
e infiltrar entre os Na'Vi, a raça inteligente do planeta, que lembram os indígenas da Terra. Jake tem que ganhar a confiança deles para que os humanos consigam explorar a região onde as criaturas vivem e extrair o unobtainium, uma substância extremamente valiosa. Daí pra frente já é tudo previsível, você sabe que o soldado humano vai acabar se apegando à cultura local e lutando ao lado deles. o que faz o ingresso valer a pena mesmo são os efeitos especiais e o mundo criado por James Cameron.

Pandora é basicamente um planeta flores
ta, não existem estruturas tecnológicas, e é impressionante como, apesar da aparência alienígena, todo aquele ecossistema parece realmente existir. Quando algum humano interage com o local, você nem lembra que na verdade o ator está atuando em um fundo verde, tamanha é a perfeição dos cenários. Mas é quando os Na'Vi aparecem na tela que percebemos que os 10 anos que Cameron passou desenvolvendo suas tecnologias valeram a pena. A tecnologia de captura de movimentos e das feições dos atores é de cair o queixo. Mesmo com três metros de altura, braços longos e pele azul, é possível reconhecer cada ator que emprestou seu rosto para ps Na'Vi ou para os avatares. A movimentação das criaturas é muito natural, não dá aquela sensação de estar vendo um boneco em movimento na tela. Quando um Na'Vi encontra com um humano então, temos a certeza de que essa raça de seres azuis realmente existe.


A preocupação de Cameron em querer mostrar o mundo que ele criou fica clara no modo como a história se desenvolve. Com mais de duas horas e meia de duração, Avatar tem um ritmo lento, não apenas para desenvolver os personagens e suas motivações, mas principalmente para mostrar toda a beleza de Pandora. O problema desse ritmo lento é que algumas partes se mostraram realmente chatas, eu quase dormi quando começou toda aquela cantoria psicodélica dos Na'Vi. Quem for ao cinema esperando um filme de ação ininterrupta, pode esquecer. A maior parte do longa metragem é sobre Jake Sully aprendendo dos costumes Na'Vi, enquanto Cameron mostra como Pandora é bonito e como a tecnologia que ele criou é impressionante. A ação mesmo foi deixada para a parte final do filme.

E quando se trata de ação, o diretor de Exterminador do Futuro 1 e 2 sabe o que faz. Além dos combates entre máquinas e seres gigantes serem sensacionais, James Cameron sabe exatamente o que o público quer ver, ele não se utiliza de cortes rápidos nem de closes exagerados, como acontece em Transformers 2, por exemplo. Pelo contrário, muitas batalhas são mostradas com um plano bem aberto, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na tela. Resumindo, quando o assunto é dirigir cenas de ação, James Cameron é tudo que Michael Bay gostaria de ser.



Uma coisa que fica bem clara em Avatar é a crítica à sociedade moderna e ao modo como nós cuidamos do planeta, principalmente quando um dos personagens diz que, ao contrário de Pandora, não existem mais florestas na Terra. E é impossível não fazer uma comparação com os humanos atrás de unobtainium e os EUA invadindo o Iraque em busca de Petróleo. Só faltou o exército humano inventar que os Na'Vi possuíam algum tipo de arma de destruição em massa.

Ao final do filme, fiquei com a sensação de que poderia ter sido bem melhor. O filme é divertido e tal, mas não saí do cinema falando "nossa, que foda, quero assistir de novo" (eu assisti Dark Knight três vezes no cinema), só devo assistir novamente quando sair em dvd. Nem o 3D do filme eu achei tão sensacional assim, mas provavelmente no IMAX deve ser mais impressionante. James Cameron bem que podia ter se dedicado um pouco mais à história e não apenas à tecnologia. Basta lembrar de Matrix que, em 1999, revolucionou os efeitos especiais da época e ainda contou uma história sensacional (que foi estragada com os outros dois filmes).



PS: Uma coisa que achei engraçada foi a quantidade de pessoas que foram assistir Avatar achando que fosse a adaptação daquele desenho animado. E não eram apenas crianças, tinha muito marmanjo não entendendo nada no meio do filme.

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