domingo, 27 de dezembro de 2009

Avatar

Desde que foi anunciado, Avatar provocou um alvoroço na indústria do cinema, afinal, o diretor James Cameron passou 10 anos desenvolvendo a tecnologia necessária para contar a história, gastando mais de 400 milhões de dólares no processo. Isso sem contar que seria o primeiro filme de ficção de Cameron desde o mega sucesso de bilheteria Titanic. E o resultado disso tudo é embasbacante, pelo menos no que se refere ao visual do filme. Infelizmente, a história não é lá grande coisa, qualquer pessoa que assiste muitos filmes já sabia o final de Avatar só de ver os trailers.

Tudo começa quando o soldado Jake Sully (Sam Worthington) chega ao planeta Pandora e acaba recebendo a missão de s
e infiltrar entre os Na'Vi, a raça inteligente do planeta, que lembram os indígenas da Terra. Jake tem que ganhar a confiança deles para que os humanos consigam explorar a região onde as criaturas vivem e extrair o unobtainium, uma substância extremamente valiosa. Daí pra frente já é tudo previsível, você sabe que o soldado humano vai acabar se apegando à cultura local e lutando ao lado deles. o que faz o ingresso valer a pena mesmo são os efeitos especiais e o mundo criado por James Cameron.

Pandora é basicamente um planeta flores
ta, não existem estruturas tecnológicas, e é impressionante como, apesar da aparência alienígena, todo aquele ecossistema parece realmente existir. Quando algum humano interage com o local, você nem lembra que na verdade o ator está atuando em um fundo verde, tamanha é a perfeição dos cenários. Mas é quando os Na'Vi aparecem na tela que percebemos que os 10 anos que Cameron passou desenvolvendo suas tecnologias valeram a pena. A tecnologia de captura de movimentos e das feições dos atores é de cair o queixo. Mesmo com três metros de altura, braços longos e pele azul, é possível reconhecer cada ator que emprestou seu rosto para ps Na'Vi ou para os avatares. A movimentação das criaturas é muito natural, não dá aquela sensação de estar vendo um boneco em movimento na tela. Quando um Na'Vi encontra com um humano então, temos a certeza de que essa raça de seres azuis realmente existe.


A preocupação de Cameron em querer mostrar o mundo que ele criou fica clara no modo como a história se desenvolve. Com mais de duas horas e meia de duração, Avatar tem um ritmo lento, não apenas para desenvolver os personagens e suas motivações, mas principalmente para mostrar toda a beleza de Pandora. O problema desse ritmo lento é que algumas partes se mostraram realmente chatas, eu quase dormi quando começou toda aquela cantoria psicodélica dos Na'Vi. Quem for ao cinema esperando um filme de ação ininterrupta, pode esquecer. A maior parte do longa metragem é sobre Jake Sully aprendendo dos costumes Na'Vi, enquanto Cameron mostra como Pandora é bonito e como a tecnologia que ele criou é impressionante. A ação mesmo foi deixada para a parte final do filme.

E quando se trata de ação, o diretor de Exterminador do Futuro 1 e 2 sabe o que faz. Além dos combates entre máquinas e seres gigantes serem sensacionais, James Cameron sabe exatamente o que o público quer ver, ele não se utiliza de cortes rápidos nem de closes exagerados, como acontece em Transformers 2, por exemplo. Pelo contrário, muitas batalhas são mostradas com um plano bem aberto, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na tela. Resumindo, quando o assunto é dirigir cenas de ação, James Cameron é tudo que Michael Bay gostaria de ser.



Uma coisa que fica bem clara em Avatar é a crítica à sociedade moderna e ao modo como nós cuidamos do planeta, principalmente quando um dos personagens diz que, ao contrário de Pandora, não existem mais florestas na Terra. E é impossível não fazer uma comparação com os humanos atrás de unobtainium e os EUA invadindo o Iraque em busca de Petróleo. Só faltou o exército humano inventar que os Na'Vi possuíam algum tipo de arma de destruição em massa.

Ao final do filme, fiquei com a sensação de que poderia ter sido bem melhor. O filme é divertido e tal, mas não saí do cinema falando "nossa, que foda, quero assistir de novo" (eu assisti Dark Knight três vezes no cinema), só devo assistir novamente quando sair em dvd. Nem o 3D do filme eu achei tão sensacional assim, mas provavelmente no IMAX deve ser mais impressionante. James Cameron bem que podia ter se dedicado um pouco mais à história e não apenas à tecnologia. Basta lembrar de Matrix que, em 1999, revolucionou os efeitos especiais da época e ainda contou uma história sensacional (que foi estragada com os outros dois filmes).



PS: Uma coisa que achei engraçada foi a quantidade de pessoas que foram assistir Avatar achando que fosse a adaptação daquele desenho animado. E não eram apenas crianças, tinha muito marmanjo não entendendo nada no meio do filme.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

2012

Primeiro, o fim do mundo foi prometido para o ano 2000; depois, os "estudiosos" se corrigiram, afirmando que tudo acabaria na virada do século, em 2001. Obviamente, eles erraram mais uma vez e todos meio que deixaram pra lá essas histórias sobre o apocalipse. Mas eis que, de uns tempos pra cá, os alarmistas de plantão começaram a dizer que os maias previram o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012. E deve ter sido nesse momento que o diretor Rolland Emmerich pensou "opa, é nessa que vou me dar bem dessa vez".

Com o simples título de 2012, a nova produção do diretor alemão responsável por Independence Day e Godzilla, é mais um daqueles filmes catástrofes, com o mundo sendo modificado completamente e uns poucos sobreviventes para reconstruí-lo depois. O grande problema do filme é ele ser mais do mesmo e estar recheado de cenas e personagens clichês. Estão ali, por exemplo, o presidente americano altruísta (Danny Glover); o cara que ainda ama a ex-esposa (John Cusack); o filho que não se dá bem com o pai, mas adora o padrasto. Enfim, tudo ali já foi visto em algum outro filme do tipo. Isso sem contar que dá pra saber exatamente o que vai acontecer com cada novo personagem que surge na tela.

Pelo menos a história não tenta passar nenhuma lição sobre proteger o planeta, a destruição era simplesmente inevitável. Tudo começa quando o sol passa a emitir intenas radiações solares, fazendo com que as placas tectônicas da Terra passem a se mover de maneira absurda. Infelizmente, o filme ainda tenta passar aquelas batidas lições de redenção. Praticamente todos os personagens estão tentando se redimir por alguma coisa que fizeram no passado e, obviamente, toda essa destruição vai ajudá-los a corrigir os erros cometidos ou se reaproximar de pessoas queridas.

As cenas de ação até que são divertidas, mas poderiam ser bem melhores se tudo não fosse tão grandioso. Todas as cenas são inverossímeis demais e, como eu disse no parágrafo acima, são cheias de clichês. Não faltou nem a clássica cena em que um avião corre a toda velocidade, tentando levantar voo antes que a pista acabe, aí ele cai em um buraco...alguns segundos de tensão e o veículo sai voando, triunfante, ao som de uma música de vitória. E uma cena desse tipo acontece duas vezes ao longo da projeção. Além disso, os protagonistas do filme parecem ser protegidos por alguma força sobrenatural. É impressionante como, com a Califórnia vindo abaixo, a família de protagonistas é a ÚNICA que consegue escapar de absolutamente tudo e utilizando apenas um simples carro. Tudo bem que esse tipo de filme é pra ser mentiroso mesmo, mas nem com muita boa vontade dá pra acreditar que alguém sobreviveria às situações mostradas em 2012. Quanto a tão comentada cena do Cristo Redentor sendo destruído, cuidado para não piscar ou vai acabar não vendo.

Enfim, os fãs de filmes de catástrofe provavelmente vão gostar de 2012, apesar de existirem opções melhores. Mas se você já não gostou de Godzilla ou O Dia Depois de Amanhã, passe longe desse filme porque ele não traz nenhuma novidade em relação a esses dois.

domingo, 15 de novembro de 2009

Há exatos 114 anos nascia o Clube de Regatas do Flamengo

Esse com certeza vai ser o post menos nerd deste blog, mas eu tinha que homenagear o meu time do coração, o time conhecido como o mais querido, aquele quem tem a maior torcida do mundo. Tenho que começar dizendo que 114 anos atrás as pessoas provavelmente viviam com um desgosto profundo, pois faltava um Flamengo no mundo. Às vezes tem gente que pergunta "por que você torce pelo Flamengo?", mas a verdade é que nós rubro-negros não torcemos apenas, nós somos Flamengo. É isso que diferencia nossa torcida dos outros, mesmo quando temos jogadores rídiculos em campo, nós dizemos sempre que eles são os melhores do mundo (Obina já foi até melhor que o Eto'o). A relação da torcida com o clube é como um casamento, brigamos muitas vezes, mas sempre fazemos as pazes.

Em 114 anos de história, o Flamengo já passou por vexames, como os 6 a 0 para o Botafogo, goleada que foi devidamente devolvida à cachorrada. Também já goleamos o pó de arroz por 7 a 0. Já ganha
mos uma Libertadores de um Mundial, mas também já fomos eliminados de forma bizonha da Libertadores, dentro do Maracanã. Temos 5 brasileiros (embora os arco-íris adorem falar que são 4, mas o que se pode esperar de torcedores que se contentam com título da série B?). Infelizmente, já faz 17 anos que não vencemos um Brasileiro, quem sabe esse ano com a ajuda do ídolo Petkovic a gente não consigue? E por falar no velhinho, foi ele o responsável por uma das nossas conquistas mais heróicas dos últimos anos: o tricampeonato carioca em 2001, em cima do Vasco. Eu não tive a oportunidade de ver o Zico jogar, mas pelo menos vejo o Pet.

E se o assunto é Campeonato Carioca, 2009 foi o ano que o Mengão finalmente ultrapassou o Fluminense em número de títulos, são 31 pra gente contra 30 do flor. E olha que começamos a disputar o Carioca muitos anos depois deles heim. Pra ficar melhor ainda, o 31º título veio com mais um tricampeonato (o quinto), dessa vez em cima do Chorafogo, que se mostrou um vice pouco digno, o que me faz ter saudades do Vasco como nosso vice.

2009 é também o ano em que o Flamengo voltou a disputar de verdade um Campeonato Brasileiro. Depois de anos brigando pra não cair, pela primeira vez nós não chegamos na zona do rebaixamento. Muito pelo contrário, até a presente data brigamos pelo título. Se vamos conseguir ou não, é outra história, mas pelo menos estamos lutando lá em cima, enquanto dois dos nossos rivais brigam pra não cair e o outro disputou a série B.

Pra finalizar, hoje tem jogo contra o Náutico, importantíssimo pro Flamengo seguir na briga pelo título. E, apesar de ser o Flamengo que faz aniversário, nada melhor do que o time dar a vitória de presente pra essa torcida maravilhosa. Uma torcida que é chamada de Nação não é a toa.

Saudações Rubro-Negras e parabéns ao Clube de Regatas do Flamengo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os Fantasmas de Scrooge

Fim de ano é sempre aquela época em que você se reúne com os parentes (mesmo aqueles mais chatos) para comer até cair e trocar presentes. Sempre tem aquela tia velha e chata, que você não vê durante o ano inteiro, e vem com aquele papo "nossa, como ele está grande", ignorando que você está ali do lado e falando na terceira pessoa. Um outro elemento que nunca pode faltar no fim do ano são os filmes natalinos, além é claro dos filmes da Xuxa e do Didi, que fazem a alegria da molecada nas férias. Mas por algum motivo, a Disney resolveu lançar seu filme de natal agora, ainda no começo de novembro. Não sou muito fã desse tipo de filme, mas como gosto do trabalho do diretor Robert Zemeckis e de filmes em 3D, lá fui eu assistir Os Fantasmas de Scrooge.

Provavelmente, todos já conhecem a história, afinal, ela é baseada em um texto escrito por Charles Dickens, em 1843, chamado
Um Conto de Natal, e já foi adaptada diversas vezes. Nela, Ebenezer Scrooge (Jim Carrey, no original, e Guilherme Briggs, na versão dublada) é um velho avarento, que não acredita no espírito natalino, sua única crença é em juntar cada vez mais dinheiro, mesmo que seja para nunca gastar um centavo. Além disso, vive tratando mal seus empregados, seus parentes e qualquer outra pessoa que acredite no natal. Até que em uma véspera de natal, o velho recebe a visita de três fantasmas: o dos natais passados, o do natal presente e o dos natais futuros. A partir daí, Scrooge embarca numa jornada onde vê todos os erros cometidos e tem que aprender o significado do natal. É aquela história edificante de sempre.

O que faz o filme realmente valer a pena é a direção de Zemeckis. O cara começou a usar a tecnologia 3D e de captura de movimentos em O Expresso Polar (também um filme natalino), depois aperfeiçoou em Beowulf, mas em Os Fantasmas de Scrooge o nível de detalh
amento dos personagens e dos cenários é impressionante. E é engraçado como as coisas mais simples às vezes são as que mais nos chamam a atenção, a neve caindo em 3D é de uma beleza quase real, parecia que realmente estava nevando ali no cinema. Além disso, os personagens são bem reais, mesmo que alguns sejam mais caricatos do que outros. Apesar de todas as rugas e do nariz e queixo alongados, ainda conseguimos reconhecer o Jim Carrey ali no velho Scrooge. Não é a toa que alguns entusiastas dizem que no futuro todos os filmes serão feitos com captura de movimentos.

E não se deixe enganar pelos trailers, que sempre mostram as cenas mais aventurescas para atrair as crianças ao cinema, de infantil Os Fantamas de Scrooge não tem quase nada. Ao contrário de O Expresso Polar que toda hora tinha uma cena de perseguição ou de alguém caindo de um lugar alto, aqui o foco está mesmo nos personagens, não na aventura. Não espere aqueles cortes rápidos de uma cena para outra, típicos de filmes infantis, o diretor geralmente filma cenas mais longas, com foco nos personagens, não na aventura. Nada mais justo para um filme com uma história bem melancólica. A história triste da família do empregado de Scrooge, Bob Cratchit (Gary Oldman), é de partir o coração.

Para aqueles que acham que o natal é uma época em que as pessoas podem mudar completamente, esse é um bom filme, apesar de achar difícil que alguém ainda não conheça a história (acho até que ela já foi parodiada em um episódio dos Simpsons). Mas se você é daqueles que não suportam filmes com lições de moral e nem gosta do natal, pode passar batido por Os Fantasmas de Scrooge.




PS: Antes da sessão, passou o trailer de Alice no País das Maravilhas, do Tim Burton. Eu já tinha assistido o trailer na internet, mas vê-lo em 3D foi outra experiência. O filme parece ser fantástico, uma das cenas mostrava o Gato Risonho se aproximando do público de tal maneira que parecia que ele estava realmente ali na minha frente. Claro que trailers podem ser enganadores, mas ao que tudo indica o filme vai valer a pena e TEM que ser assistido em 3D.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Michael Jackson's This It

Apesar dos anúncios do filme falarem que a projeção mostraria os últimos ensaios de Michael Jackson, eu fui ao cinema com um certo medo de que o documentário não passasse de várias pessoas falando sobre a morte do astro, com algumas poucas cenas do ensaio. E o medo só aumentou quando o filme começa sem áudio algum, com um texto explicando que o que vamos assistir são os últimos ensaios do rei do pop. Aí surgem os depoimentos de alguns dançarinos que estavam lá fazendo testes para integrar a equipe de Michael, todos eles contando como o cara influenciou suas carreiras e tal.

Mas, felizmente, esse tom melancólico só dura alguns minutos, desaparecendo quando Michael Jackson finalmente entra em cena. E, para aqueles que duvidavam que o astro a
inda era o rei do pop, todas as dúvidas se dissipam quando ele começa a dançar ao som de "Wanna Be Startin Somethin". Com quase 50 anos, MJ ainda dançava e cantava muito, mesmo depois de tanto tempo sem se apresentar. As cenas são compostas de vários ensaios diferentes, algumas com imagens de qualidade menor do que as outras, e às vezes a tela fica dividida mostrando ensaios de dias diferentes.

A parte documental do filme não traz nenhum depoimento após a morte de Michael, é tudo material apenas dos ensaios mesmo, provavelmente seria um making of para o dvd do show que certamente seria lançado. Nessas partes nós vemos como o artista era perfeccionista ao extremo e nada passava despercebido por ele, desde algum dançarino fazendo algo errado na coreografia até o som dos instrumentos, que ele exigia que ficassem exatamente iguais como estava nos discos dele. "É o que os meus fãs esperam ver no show", diz o cantor.

E falando em show, This Is It tinha tudo para ser um dos melhores shows de Michael Jackson. Além de estar em plena forma, Michael e o diretor do espetáculo, Kenny Ortega, tinham preparado várias coisas especiais para aparecer durante a apresentação de algumas músicas. "Smooth Criminal", por exemplo, começaria com um vídeo de Jackson interagindo com o filme Gilda, de 1946, onde ele aparece fugindo de alguns bandidos, vestido com aquele inconfundível terno branco. Já no clássico "Thriller", além de um vídeo mostrando os zumbis saindo das tumbas, teria ainda vários fantasmas que voariam entre a plateia. Teria sido sensacional assistir ao show e ver como tudo isso funcionaria junto com a performance no palco. A única coisa que senti falta foi da clássica inclinada de corpo pra frente, que Michael e seus dançarinos geralmente faziam em "Smooth Criminal".

Infelizmente para os fãs de Michael Jackson (e eu me incluo nessa lista) isso é tudo que vamos ver do que seria O show. As pessoas podem até gostar ou não dele, por causa da figura polêmica em que ele se transformou nos últimos anos, mas uma coisa não se pode negar: Michael Jackson ainda era o melhor no que fazia. E ainda bem que Michael Jackson's This Is It é um documentário que celebra todo o talento do Rei do Pop e não um chororô por causa da morte dele.



Músicas que aparecem no filme
:

"Wanna Be Startin' Somethin'"
"Jam"
"They Don't Care About Us"
"Human Nature"
"Smooth Criminal"
"The Way You Make Me Feel"
"I Want You Back"
"I'll Be There"
"I Just Can't Stop Loving You"
"Thriller"
"Beat It"
"The Earth Song"
"Billie Jean"
"Man In The Mirror".

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gamer

Quando li as primeiras notícias sobre Gamer, pensei logo que seria mais um filme no estilo de Mandando Bala, daqueles que você desliga o cérebro e curte toda a matança. Infelizmente, o filme não é totalmente assim, ele possui uma história que insiste em interromper a ação frenética. O problema é que essa história é bem clichê. A premissa é bem besta: em um futuro não muito distante, o empresário Ken Castle (Michael C. Hall, o Dexter) cria um jogo de tiro chamado Slayers, no qual os jogadores controlam pessoas de verdade em um campo de batalha, é como um Counter Strike com gente de verdade. Esse controle é possível graças à outra invenção de Castle, o nanex, que é uma espécie de nanotecnologia que modifica as células do cérebro. E todos os controlados são presidiários que foram condenados ao corredor da morte e recebem a escolha de poder atuar em Slayers, sendo libertados se sobreviverem a 30 batalhas. E faltam apenas três batalhas para o herói Kable (Gerard Butler) se tornar campeão e conseguir a liberdade, o que parece não agradar Ken.

Além de Slayers, Ken Castle criou outro jogo, Society, onde pessoas são pagas para serem controladas por outras pessoas, em uma espécie de The Sims com gente de verdade. A esposa de Kable trabalha em Society e é controlada por um pervertido que não perde uma oportunidade de colocá-la para fazer sexo. Para ele é apenas um jogo, mas para ela é tudo de ver
dade. E aí, sabendo que a mulher e a filha estão com problemas, além de correr risco por algo que aconteceu no passado, Kable resolve fugir sem tentar completar as 30 batalhas.

O filme já começa mostrando uma dessas batalhas, com ação frenética e tiros e explosões para todos os lados. Como a classificação é 18 anos, temos bastante violência, com algumas mortes mostrando muito sangue. Uma das coisas que eu achei bem interessante é que às vezes aparece na tela o HUD, que são todas aquelas informações que aparecem na tela de um jogo, como a energia do personagem, por exemplo. Em certo momento, nós até vemos o campo de batalha através do ponto de vista do jogador, com várias informações na tela e uma visão em terceira pessoa, como em Resident Evil 4. As cenas de ação realmente parecem saídas de um game, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, mas achei que alguns tiroteios podiam ter sido melhor mostrados, às vezes mal dava pra ver o estrago que um tiro causava.


Infelizmente, o filme não fica só dentro do "jogo", em pouco tempo Kable já está fora da prisão, em busca de vingança. A solução que ele arranja para colocar combustível no carro e escapar é sensacional. Mas teria sido mais interessante se a história se focasse justamente no dia-a-dia dos presidiários e em tudo que eles fazem para vencer ou escapar. Teria muito mais ação e matança dessa maneira.

O maior ponto positivo fica por conta da escolha dos protagonistas. Depois de interpretar o rei Leônidas, Gerard Butler com certeza foi a escolha certa para um personagem que faz cara de mau o tempo todo e mata praticamente qualquer um que apareça na frente. Do outro lado, temos Michael C. Hall fazendo o que ele faz tão bem em Dexter, alternando entre o Ken Castle bonzinho, que aparece na mídia, e o louco que quer dominar o mundo.

Gamer é mais um daqueles filmes que serve para distrair em um fim de semana que você não tenha nada para fazer. Não possui a mesma diversão despretensiosa de um Mandando Bala, mas mesmo assim consegue divertir por uma hora e meia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dragonball Evolution

Dragonball Evolution já começa errado desde o título, afinal, a obra de Akira Toriyama se chama Dragon Ball. Mas esse é apenas um pequeno detalhe em meio a tanta besteira. A principal delas é a descaracterização de praticamente todos os personagens. O Goku do filme, por exemplo, é um adolescente que vive sendo zombado e é doido para arranjar uma namorada. Qualquer um que conhece o mangá ou o anime, sabe que o Goku é um dos personagens mais inocentes que existem, a última coisa que ele pensaria é em arranjar uma namorada (até hoje não sei como ele conseguiu fazer dois filhos). Em certo ponto do filme, chega ao absurdo do Goku só conseguir aprender o Kame-hame-ha depois que a Chi-Chi promete que ele vai ganhar um beijo. O personagem melhorzinho é o Mestre Kame, que está sempre com uma camisa havaiana e é um tarado, mesmo que seja em uma escala bem menor do que no mangá.

Outro erro da produção é ignorar uma das coisas fundamentais de Dragon Ball: o Torneio de Artes Marciais. No anime, as histórias na maioria das vezes girava em torno de uma grande torneio, eles ficavam vários episódios apenas treinando, ansiosos para o dia em que enfrentariam poderosos adversários. Já no filme, a competição é apenas citada como sendo algo grandioso, mas tudo que vemos é uma rápida luta de Chi-Chi contra uma capanga do Piccolo. Aliás, felizmente o vilão é verde, ao contrário do que parecia nas fotos e no trailer. E nem preciso falar da falta de sangue no filme, já que ele é feito para crianças, as mesmas que provavelmente assistem ao anime repleto do líquido vermelho.

Mas tudo isso poderia ser deixado de lado se pelo menos a produção do filme fosse decente, mas nem isso se salva. Alguns efeitos especiais são vergonhosos, como a cena em que Goku, Bulma e Mestre Kame estão andando de moto no deserto, dá pra ver claramente que eles estão atuando com um fundo verde. O efeito dos monstros do Piccolo se reconstruindo é coisa digna dos Power Rangers. Isso sem falar em furos bestas no roteiro, como quando o Mestre Kame diz que tem uma esfera do dragão e a Bulma se espanta com isso. Como ela se espantou se eles chegaram na casa do Kame justamente porque a garota rastreou uma esfera lá dentro? E quando o Mestre Kame e Goku procuram a esfera pela casa, a Bulma fica lá com cara de bunda em vez de usar o radar. Sei que a molecada nem repara nessas coisas, mas custava caprichar um pouco mais?


E como se não bastasse a tortura que o filme é, ainda tem uma cena depois dos créditos, que eu só assisti porque avancei o filme, com certeza não ficaria no cinema esperando ela aparecer. E como não poderia deixar de ser, a cena não faz sentido algum. Ela mostra uma mulher cuidando do Piccolo após ele ter sido derrotado. Porra, Goku e Piccolo se enfrentaram em um lugar remoto, aí o cara cai derrotado bem ali, perto do local da luta, como é que a tal mulher encontrou o verdinho? E antes que alguém reclame que eu contei o final do filme, qualquer pessoa com dois neurônios consegue adivinhar como ele termina.

Pra não dizer que eu não gostei de nada, até que o efeito especial do Kame-hame-ha ficou legalzinho. E também gostei das asiáticas gostosas que usavam roupas com decotes. Enfim, Dragonball Evolution foi uma hora e 25 minutos da minha vida que eu nunca mais vou recuperar.


PS1:Como fã de Dragon Ball, peço desculpa pela heresia que cometi ao assistir esse filme.
PS2: Gostaria de mandar meu primo André para o inferno, pois foi ele quem me convenceu a assistir essa coisa bizarra.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Demolidor: Diabo da Guarda

Desde que o Demolidor foi criado, é dito que o personagem é católico praticante, sendo inclusive comentado o tempo todo a ironia que é ele se vestir de demônio (do nome original do personagem, Daredevil). Mas acho que Kevin Smith talvez tenha sido quem melhor explorou a religiosidade de Matt Murdock, no excelente arco Diabo da Guarda, sendo um dos responsáveis por aumentar as vendas da revista do Demolidor.

A história começa quando uma adolescente e o bebê dela estão sendo perseguidos por assassinos e acabam sendo salvos pelo defensor da Cozinha do Inferno. Mas o que parecia um simples salvamento, se complica quando a jovem aparece no escritório de Matt e revela que
sabe a identidade secreta dele. Como se isso não fosse problema suficiente, a garota diz que o filho dela é a reencarnação de Cristo e que um anjo lhe disse que cabia ao Demolidor proteger a criança. A partir daí, Kevin Smith joga o herói envolvendo anjos e demônios, sendo que o Demolidor nunca tem certeza de quem é quem, muitas vezes achando até que está ficando louco. Em determinado momento, no auge da loucura, o Demolidor passa a acreditar que o bebê possa ser o Anti-Cristo.

Um dos grandes trunfos do roteiro de Smith é que
ele consegue deixar o leitor tão confuso quanto o próprio Murdock. E o final de cada capítulo sempre deixa um gancho que faz o leitor querer ler o capítulo seguinte imediatamente. Apenas o penúltimo capítulo é que eu achei muito chato, pois o vilão da história é revelado e ele fica só contando todo o plano mirabolante dele. Mas até nisso, Smith é genial: o vilão já começa o capítulo dizendo que sabe que todas essas explicações são chatas, mas que ele tem todo o direito de contar o plano audacioso dele. A história tem ainda participações especiais de outros heróis Marvel, como a Viúva Negra e o Homem-Aranha, além de mostrar uma grande perda na vida de Matt Murdock.


Kevin Smith é um cara que escreve muito, tanto diálogos quanto narração em off, e aí vale destacar o excelente trabalho do pessoal responsável pelas letras da história, que conseguiram organizar uma quantidade absurda de texto por página, sem prejudicar a excelente arte de Joe Quesada. Felizmente, o roteirista não usa seus textos para descrever o que já está sendo mostrado pelos desenhos (ouviu, Chris Claremont?). E falando em desenhos, o atual editor-chefe da Marvel estava em excelente forma quando desenhou essa história, com várias cenas de ação muito maneiras e momentos de tensão. Interessante também é como ele desenha Matt Murdock diferente em algum flashback, com corte de cabelo diferente e tal, fugindo daquela coisa que os personagens permanecem sempre iguais. A única coisa que achei estranha na arte dele foram os olhos dos personagens, parece que todos eles estão sempre olhando para cima. O único que fica perfeito com esse olhar é Matt Murdock, afinal, ele é cego.

Essa edição encadernada de Demolidor: Diabo da Guarda, publicada pela Panini, conta ainda com um prefácio escrito por Joe Quesada, contando como foi trabalhar com Kevin Smith, que ainda estava começando nos quadrinhos. No final da edição, temos um posfácio escrito por Kevin Smith, onde ele conta como foi escrever (e salvar) o Demolidor, que estava com as vendas baixas antes da chegada dele.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Carga Explosiva 3

O terceiro filme da franquia, que começou com Carga Explosiva e continuou com Carga Explosiva 2, é de longe o mais fraco dos três. Grande parte da diversão da série é o fato da história ser despretensiosa, servindo apenas como desculpa para as sequências de ação, assim como acontece em Adrenalina, também estrelado por Jason Statham. O problema de Carga Explosiva 3 é que o roteiro se leva a sério demais, com uma história de conspiração internacional. Enquanto nos primeiros dois filmes a ação era quase ininterrupta, neste acontecem intervalos muito grandes entre uma cena de ação e outra.

Outro vacilo da produção é a completa falta de criatividade do diretor Olivier Megaton. A maioria dos ângulos de câmera que ele usa já foram vistos em vários outros filmes de ação, não tem metade da inventividade do primeiro Carga Explosiva ou de Adrenalina. E, levando em conta que na história o motorista Frank Martin (Jason Statham) não pode se afastar do carro, Megaton perdeu uma ótima oportunidade de fazer sequências incríveis utilizando o veículo. Até mesmo as cenas mais empolgantes, como o carro andando só em duas rodas, ou pulando em cima de um vagão de trem, me deram a sensação de já ter visto aquilo em algum lugar.

Pelo menos a pancadaria, se não trouxe nada de novo, também não piorou em relação aos outros dois filmes. É sempre divertido ver Frank Martin lutar, principalmente pelo fato da principal arma dele ser o próprio terno, que ele usa para desarmar ou sufocar os inimigos. Pena que este filme não apresenta nenhum personagem bizarro para Frank Martin enfrentar, como a loirinha de Carga Explosiva 2, que só andava de lingerie pra cima e pra baixo.

O roteiro peca ainda por tentar desenvolver demais os personagens, perde-se muito tempo em diálogos desnecessários entre Frank e a garota que está no carro com ele. Na maior parte dessas cenas, a única coisa que eu conseguia pensar era "quando é que ele vai bater em alguém?". Filmes com roteiros interessantes e personagens bem trabalhados são sempre bem vindos, mas a série Carga Explosiva não é e nem deve ser assim. Infelizmente, parece que os roteiristas Luc Besson e Robert Mark Kamen (que também escreveram os outros dois filmes) esqueceram disso em Carga Explosiva 3.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Demolidor: O Homem Sem Medo

Demolidor: O Homem Sem Medo faz parte do selo Panini Books, que tem como objetivo apresentar histórias clássicas em um formato mais bem acabado, para ser vendido principalmente em livrarias. O acabamento, como de costume, é de luxo, com capa dura e páginas de qualidade, mas claro que nada disso valeria o preço (54 reais) se o conteúdo não fosse bom. Além de trazer uma excelente história de origem do Demolidor, escrita por Frank Miller e desenhada por John Romita Jr., a coletânea traz extras imperdíveis para qualquer colecionador de quadrinhos.

Todos que conhecem o Demolidor sabem como ele ganhou os sentidos aguçados: salvou um senhor de ser atropelado por um caminhão com produtos químicos e esses produtos acabaram atingindo o rosto do jovem Matt Murdock, deixando ele cego, mas com
todos os outros sentidos ampliados. Então, o que poderia ter de interessante e que ainda não foi contado? Miller e Romita Jr. nos mostram que, a princípio, os sentidos ampliados eram mais uma maldição do que uma benção, para Matt. Além disso, Frank Miller aproveita a história para mostrar como Demolidor, Stick e Elektra estavam ligados há anos. Em certo momento da HQ, um aliado do Stick comenta com ele que Matt Murdock e Elektra eram os dois escolhidos para algo grandioso, mas que a ninja grega já tinha ido para o caminho das trevas, sendo importante então que Murdock não fosse abandonado.

Mas uma das partes mais interessantes da história é quando Matt está na faculdade, onde conhece seu grande amigo Foggy Nelson. E é nessa época que ele também conhece Elektra Natchios, sua grande paixão e adversária. Na revista mensal do Demolidor, Frank Miller tinha mostrado Elektra como assassina de aluguel e que tinha escolhido essa vida depois da morte do pai. Mas em O Homem Sem Medo, nós vemos uma Elektra totalmente louca, que já cometia vários assassinatos muito antes do pai dela morrer. E tudo em nome de umas vozes que ela dizia escutar.

O capítulo fin
al conta o primeiro encontro entre Matt Murdock e as operações criminosas do Rei do Crime. Wilson Fisk ainda estava começando seu império criminoso e acaba sequestrando uma amiga de Matt. A partir daí, aparecem, na minha opinião, os melhores desenhos de John Romita Jr. na história. As cenas de violência e de perseguições que ele desenha são muito legais. Interessante também deste capítulo é que a roupa preta que Matt usa para não ser reconhecido lembra bastante o uniforme dele naquele horrível filme do Hulk, O Julgamento do Incrível Hulk.

Ao final desta bela história, que foi publicada originalmente em cinco partes, podemos entender um pouco mais da personalidade do Demolidor e porque ele faz o que faz.

Mas como eu disse lá no começo, a diversão não termina com o fim da história, ainda temos os extras. São páginas e mais páginas de roteiros escritos por Frank Miller, além de desenhos de John Romita Jr. que não foram utilizados na história. É muito interessante ler as instruções que Miller deixa para Romita nos roteiros, pedindo para ele não esquecer de coisas que já tinham aparecido na revista mensal do Demolidor. Tem até um bilhete que Frank enviou para John e Ralph Macchio (editor do Demolidor), que mostra o quanto o roteirista gostava e se importava com o personagem, fazendo de tudo para que nada entrasse em conflito com a cronologia. No final, tem um pequeno texto escrito por John Romita Jr., contando como foi toda a concepção desse projeto, do ponto de vista dele. É bem engraçado.

E aguardem a resenha de Demolidor: Diabo da Guarda.

domingo, 25 de outubro de 2009

Adrenalina 2: Alta Voltagem

Adrenalina 2: Alta Voltagem começa exatamente onde o primeiro terminou, com Chev Chelios (Jason Statham) caído no chão, aparentemente morto. Aparentemente porque o cara simplesmente conseguiu sobreviver à queda do helicóptero no primeiro filme. E não espere respostas para essa síndrome de Superman durante a história, pois assim como acontece em Adrenalina, o mais importante aqui são as insanas sequências de ação e não a história. Dessa vez, Chelios é sequestrado, logo após despencar do céu, e seu coração é retirado e substituído por uma máquina movida a bateria. A partir daí, o protagonista precisa de constantes choques elétricos para manter a bateria carregada e o "coração" substituto funcionando, enquanto vai atrás de quem roubou seu coração.

A intenção dos diretores Mark Neveldine e Brian Taylor nessa sequência foi aumentar tudo que já tinha sido mostrado no primeiro filme. Então, espere por cenas de ação ainda mais absurdas, além de situações totalmente bizarras. O problema disso é que, apesar do filme ser divertido, o tempo todo fica aquela sensação de estar assistindo mais do mesmo. Chev Chelios continua correndo pra cima e pra baixo e batendo em todo mundo, além de estar sempre se torturando para manter o coração dele batendo. Até a cena de sexo entre Chelios e a namorada, na frente de uma multidão, aparece novamente neste segundo filme.

Quem gostou do primeiro filme, provavelmente vai gostar de Adrenalina 2: Alta Voltagem, mesmo não tendo muitas novidades. O ideal é assistir os dois na sequência porque é basicamente uma história dividida em dois filmes. Mas para os que gostam de roteiros elaborados e com reviravoltas mirabolantes, passe longe, porque no universo de Adrenalina nada faz sentido, mas é divertido pra cacete.

Anticristo

Desde que causou polêmica no Festival de Cannes, Anticristo chamou minha atenção, afinal, eu fiquei curioso para saber se o filme era realmente tão chocante quanto diziam. E parece que a produção foi feita mesmo para chocar, ela não tem muitas cenas de violência física, mas quando aparece alguma, elas são bem impactantes.

Anticristo conta a história de um casal que, após a morte do filho, resolve se isolar em uma cabana no meio da floresta, para tentar superar a perda. O diretor Lars Von Trier já causa polêmica desde o começo do filme, com uma cena de sexo explícito entre o casal, alternando com cenas do filho deles indo em direção à morte. Essas cenas do prólogo são muito bonitas, todas em câmera lenta e em preto e branco, contando a tragédia do casal. A partir daí, o filme se mostra um terror psicológico, com o marido tentando tratar a depressão da esposa e ela parecendo que vai surtar a qualquer momento.

O problema dessa polêmica toda que o filme causou é que pessoas que esperavam ver um pouco mais de violência, como eu, acabam se decepcionando. Anticristo está mais para um filme de arte, com longas cenas contemplativas, com os personagens se movendo em câmera lenta. Mas a coisa começa a esquentar no final, quando a produção começa a tomar ares de um torture-porn, como O Albergue, porém com uma história decente. Em uma das cenas, o marido toma uma porrada no pênis que é impossível algum homem não se revirar na cadeira enquanto estiver assistindo o filme.

Para os fãs do gênero gore, que esperam sempre ver muito sangue, Anticristo não é a opção mais recomendada, apesar do final impactante. Mas quem gosta de filmes de arte, esse pode ser uma boa pedida, mas prepare-se para se impressionar com algumas cenas.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Superman: O Legado das Estrelas

Quem é fã de quadrinhos de super-heróis, sabe como é difícil encontrar boas histórias do Superman. O personagem é poderoso demais e às vezes parece que os roteiristas ficam meio sem saber o que fazer, não sabem como criar desafios para o herói, nem trabalhar sua mitologia. Felizmente, isso é válido mais para as séries mensais do herói (se bem que o Geoff Johns vem fazendo um excelente trabalho), já que em minisséries fora da cronologia o personagem geralmente tem boas histórias, como em All-Star Superman, de Grant Morrison. E foi uma dessas séries que chamou minha atenção recentemente: O Legado das Estrelas, escrita pelo roteirista Mark Waid (o mesmo do clássico O Reino do Amanhã) e ilustrada por Leinil Francis Yu. A história foi originalmente publicada em 12 partes, entre os anos 2003 e 2004, mas só agora tive a oportunidade de ler esta obra, em um encadernado lançado em 2006 pela Panini.

Nessa maxissérie, Mark Waid reconta a origem do homem de aço, trazendo de volta elementos clássicos do Superman pré-crise, que foram apagados por John Byrne na sua reformulação após Crise nas Infinitas Terras, em 1985. Entre esses elementos estão a amizade entre Clark Kent e Lex Luthor, na adolescência, e o fato de Kal-El já ter poderes desde a infância. Além disso, na versão de Byrne, Krypton é mostrado como um planeta frio e sem emoções e o Superman não tem nenhuma ligação afetiva com o planeta. Já em Legado das Estrelas, Krypton alcançou a paz depois de vários anos de guerra, é mostrado quase como um paraíso perdido, e o Super vive querendo descobrir mais sobre sua herança.

A história começa mostrando o momento em que Jor-El e Lara enviam o pequeno Kal-El para a Terra, na esperança de que ele sobreviva após a destruição de Krypton. Antes de colocar o bebê na nave, Lara o enrola em u
m pano azul e vermelho, contendo a insígnia da família El, o S vermelho, além de colocar junto dele um livro contendo toda a história do planeta. Após o foguete cair em Smallville, a história dá um salto e vemos Clark Kent, com 25 anos de idade, na África para escrever uma matéria sobre um candidato ao senado que sonha com o dia que sua tribo não será mais escrava. E é em meio a alguns atentados e tragédias que o jovem Clark resolve que precisa dar um jeito de usar seus poderes para ajudar as pessoas, mas sem ser reconhecido. Ele volta então para Smallville, onde cria o uniforme de Superman e o disfarce de rapaz tímido. Na origem contada por Byrne, Clark Kent era a verdadeira personalidade do herói e cheio de auto-confiança, bem diferente da proposta original de quando o personagem foi criado. Além de trazer de volta o Clark tímido e atrapalhado, Mark Waid mostra o porque dos óculos funcionarem como disfarce. É uma explicação meio besta, mas tudo bem.

A partir daí, ve
mos o azulão chegando em Metrópolis e tendo seu primeiro contato com Lois Lane, Jimmy Olsen e Perry White, além de se reencontrar com seu amigo de infância Lex Luthor. A história entre Luthor e Clark é contada através de flashbacks, que explicam o porque do vilão ser obcecado por extraterrestres. Na época do lançamento da série, lembro de ter visto gente reclamar alegando que a DC estaria colocando coisas do seriado Smallville só para atrair mais leitores. Mas a verdade é que a amizade entre Clark e Lex é algo da mitologia pré-crise, a única diferença é que o vilão era amigo do Superboy e não de Clark. E por falar em retorno às origens, Mark Waid escreve um Superman um pouco mais violento do que estamos acostumados, lembrando que nas primeiras histórias do homem de aço ele não tinha o menor pudor em espancar bandidos que não tinham poderes. Em uma determinada cena de Legado das estrelas, o Superman atira na direção de um bandido a apanha a bala pouco antes dela acertar o rosto do sujeito, tudo para lhe mostrar como se sente uma pessoa que tem uma arma apontada bem na cara. É muito legal ver o Super agindo de forma diferente daquele escoteiro que estamos tão acostumados.

É claro que boa parte da história se concentra na luta do Superman contra Lex Luthor que, na falta de super poderes, começa uma campanha para desacreditar o azulão. Para isso, o vilão cria uma máquina capaz de enxergar o passado de Krypton e passa a usar as imagens de guerreiros kryptonianos para dizer que a Terra está prestes a ser invadida. É claro que Luthor também usa a Kryptonita contra o herói, afinal, não seria uma história do Superman se ñ tivesse a pedra verde. E o final é emocionante, dando a entender que Jor-El e Lara sabima desde o início que tudo daria certo para o filho deles.


Legado das Estrelas não é uma história revolucionária, não chega aos pés de All-Star Superman, mas agrada aos fãs de longa data do Superman, principalmente aqueles que, assim como eu, nunca gostaram das reformulações feitas pelo John Byrne. E pra quem nunca leu uma história sobre a origem do herói, essa pode ser um bom ponto de partida. Eu só senti falta mesmo foi da Fortaleza da Solidão. E é bom lembrar que, apesar de Legado das Estrelas não fazer parte da cronologia oficial do Superman, vários elementos mostrados na história estão voltando a fazer parte do universo do azulão. Geoff Johns tem escrito um Clark Kent tímido e a cidade engarrafada de Kandor voltou a aparecer na série mensal do herói. Além disso, a DC vai lançar uma nova origem do homem de aço, mostrando a sua juventude como Superboy e a amizade com Lex Luthor na adolescência, tudo com roteiros de Geoff Johns e desenhos de Gary Frank, na minha opinião o cara que nasceu para desenhar o Superman.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Seis meses de Baú do Nerd

Quando criei o Baú do Nerd há 6 meses, eu ficava pensando se finalmente conseguiria manter um blog por mais de uma semana. Felizmente, dessa vez eu consegui, mas é claro que nem tudo sai como a gente planeja. Por mais que algumas pessoas digam que não, quem escreve um blog quer que ele seja lido, e eu não sou diferente. Apesar de receber alguns comentários esporadicamente, não consegui fazer do Baú do Ner o "sucesso" que eu imaginei. Culpa minha mesmo, afinal, não tenho muito o hábito de comentar em outros blogs, sendo que esse é um dos principais métodos de divulgação usados pelos blogueiros. Mas mesmo assim, foi uma realização pessoal ter conseguido a marca de 30 postagens em 6 meses. Pode não parecer muito, mas tenho outro afazeres e não me dedico 100% ao blog, então acho que está de bom tamanho.

Mas como eu disse anteriormente, todo blogueiro quer ser lido e, apesar do Baú do Nerd não ter sido um sucesso, ele me proporcionou conhecer um outro blog sobre o mesmo tema, o Nerds Somos Nozes, e começar a escrever para ele. Comecei como leitor do blog, virei fã e, quando eles abriram uma vaga para redator, enviei alguns textos aqui do Baú do Nerd e fui escolhido como novo membro da equipe.

Enfim, não consegui fazer do meu blog um sucessso, mas por causa dele agora estou escrevendo para um blog bastante lido e que conta com uma equipe muito boa. Ainda pretendo colocar alguns textos aqui no Baú do Nerd, afinal, ele fica sendo uma espécie de portfólio, mas a prioridade agora é para o Nerds Somos Nozes. Então, quem quiser continuar acompanhando meus textos agora tem duas opções: esperar que ele seja publicado por aqui ou procurar direto no NSN, lembrando que lá tem muitos textos bons, não apenas coisa minha.

Então, é isso aí, rumo a mais 6 meses. E para aqueles que quiserem me seguir no Twitter: @felipestorino.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras

É interessante analisar a trajetória da Pixar desde o começo, com Toy Story, até Up - Altas Aventuras. Antes ela fazia histórias de humor e aventura, com uma pitada de emoção, mas desde Wall-E isso se inverteu, parece que o objetivo da Pixar agora é fazer histórias extremamente emotivas, com algumas pitadas de humor e aventura. E com este novo filme ela não decepciona (a mim pelo menos a Pixar nunca decepcionou).

Na história, Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, resolve realizar o sonho da vida dele: viajar para a América do Sul, levando junto a sua casa. Para isso, ele amarra vários balões no telhado e sai voando rumo à aventura. Porém, no meio da viagem ele descobre que tem um passageiro inesperado, o garoto Russel, de oito anos, que estava na varanda da casa quando esta decolou.

Eu achava que depois de Wall-E a Pixar não fosse mais conseguir emocionar tanto o público. Ledo engano. O filme já emociona logo no começo ao mostrar toda a vida de Carl, desde a infância quando conheceu sua amada Ellie, até o dia em que ela morreu. Toda a sequência que mostra a vida dos dois juntos é contada sem o uso de diálogos, fica tudo a cargo das belíssimas imagens que nos motram tanto os momentos mais felizes (como o casamento), quanto os momentos tristes (quando descobrem que não podem ter filhos). A maneira como é contada a morte de Ellie, com uma referência ao dia em que os dois se conheceram, é de encher os olhos de lágrimas. Aliás, ainda me impressiona como os personagens conseguem passar tanta emoção mesmo sendo tão caricatos, afinal, nenhum dos personagens tem as proporções exatas de um ser humano. Mas pra quem já tinha conseguido fazer isso com personagens robôs que não falavam mais de três palavras, deve ser fichinha fazer isso com humanos.

E falando em personagens, eles estão carismáticos como sempre, a começar pelo velhinho Carl, que na versão nacional foi dublado pelo Chino Anysio. E pensar que alguns analistas da indústria do cinema chegaram a dizer que um desenho, com um velho como protagonista, nunca daria certo. Apesar de ser bem rabugento no começo da aventura, é impossível não gostar dele quando lembramos da sequência de abertura. Mas o outro protagonista, o garoto Russel, também não fica pra trás. Ele é um escoteiro que entra na história porque falta apenas uma medalha pra coleção dele, mas para ganhá-la ele precisa ajudar um idoso. Russel nos é apresentado como uma típica criança de oito anos, que fala o tempo todo e está sempre em busca de aventuras. Em dado momento, Carl sugere que os dois brinquem de quem consegue ficar mais tempo calado e o menino diz que sua mãe também adora essa brincadeira.

E não posso deixar de citar a já habitual preocupação da Pixar com os detalhes das suas animações. Como a barba de Carl que vai crescendo conforme o tempo passa ou os machucados e a sujeira no rosto de Russel, que não desaparecem magicamente. São pequenas coisas, mas que fazem toda a diferença.

Apesar do desenrolar da história já ser meio manjado (é um filme Disney/Pixar então a gente sabe que tudo vai dar certo), ainda assim é um excelente filme para os que gostam de uma boa animação. Mas para aqueles que são fãs da Pixar, Up - Altas Aventuras é simplesmente obrigatório. E prepare-se para se emocionar.



PS: O filme possui cópias normais e em 3D. Eu assisti em 3D e achei que não faz falta nenhuma, não é como Coraline onde o 3D ajuda a contar a história. Então fica a dica para quem não quiser pagar o absurdo que é o ingresso de filmes em três dimensões.

domingo, 6 de setembro de 2009

Chegou o Opera 10

Finalmente foi lançada a nova versão do Opera, um dos melhores navegadores para internet que existem, porém, o menos usado pelas pessoas. Até bem pouco tempo atrás, eu era um feliz usuário do Firefox, até conhecer o Opera e suas facilidades.

A primeira coisa que chama atenção nesta
versão 10 (sim, o Opera já é bem antigo) é o visual. Sei que muita gente vai dizer que não se importa com a aparência, que o importante mesmo são as funcionalidades. Isso até pode ser verdade para o usuário médio ou avançado, mas o usuário comum geralmente escolhe os programas que ficam mais bonitos no pc. E este novo Opera está muito mais bonito do que os anteriores. Nas outras versões, as abas, por exemplo, ficavam grudadas umas nas outras, agora elas têm um pequeno espaço que as separa. Pode parecer bobagem, mas isso facilita a navegação.

E por falar em abas, elas trazem duas ino
vações. A primeira é que, no lugar das abas tradicionais, você pode escolher ver miniaturas das páginas abertas. O problema é que isso ocupa um espaço considerável da tela, mas é justamente aí que entra outra inovação do Opera 10: o usuário pode escolher onde as abas vão ficar localizadas. Além da tradicional parte de cima, elas podem ser colocadas na parte de baixo ou em um dos lados da tela. Pessoas que têm monitor widescreen com alta resolução podem, tranquilamente, deixar as miniaturas em um dos cantos e ainda ter uma boa visualização da página.


Mas não foi a parte visual que me fez mudar para o Opera, até porque nem utilizo as miniaturas. O bom mesmo está no que já vem instalado nele, como o Opera Mail, um cliente de e-mail muito simples de configurar e que funciona muito bem. Antes eu usava o Thunderbird, um programa da Mozilla (a mesma do Firefox), e não gostei muito. E, assim como todo o resto do navegador, o Opera Mail também está mais bonito, com cores em todos os ícones do menu. Aliás, essa é outra diferença da versão 10 para as anteriores, antigamente tudo no Opera era preto ou cinza, agora ele tem uma paleta de cores um pouco maior. E eu já ia me esquecendo, o Opera Mail agora tem opção de usar o formato HTML para escrever mensagens, ideal para quem gosta de enviar e-mails com letras coloridas ou com imagens no corpo do texto.

Outro ponto positivo do Grande O é o sistema de feeds, muito útil para quem acompanha vários blogs. Alguns podem dizer que o Firefox também tem esse sistema, mas eu acho o do Opera bem melhor. Ele carrega as novas postagens como se fosse um e-mail, sem precisar e
ntrar no blog. Já o Firefox carrega toda a página do blog, o que pode ser um saco para quem tem conexão mais lenta.


E, pensando em pessoas com conexão mais lenta, essa nova versão vem com o Opera Turbo, um botão que fica no canto inferior esquerdo e que promete acelerar a abertura de páginas. Ele pode ser deixado no automático e vai se ativar sozinho quando detectar que você está conectado em uma rede lenta. Não posso dizer se funciona porque minha conexão não é tão ruim, então não usei esse recurso.

E por último, mas definitivamente não menos importante, temos a sincronização do Opera. Quando o usuário instala o navegador, ele tem a opção de criar uma conta no site da empresa, depois é só ir no menu arquivo e clicar em sincronização. O Opera vai salvar online todos os seus favoritos e algumas outras configurações. Chega daquele desespero de perder seus sites favoritos quando tiver que formatar sua máquina, basta reinstalar o Opera, logar e seus favoritos estarão de volta.

Claro que nem tudo são flores e algumas coisas poderiam ser melhores. Pra mim, ainda falta no Opera o recurso de auto-completar. É um saco ter que digitar meu endereço de e-mail completo toda vez que vou entrar no Orkut. E falando no Orkut, o Google Talk não funciona no Opera. Mas o defeito mais grave mesmo é o logotipo. Poxa, custava fazer algo maneiro como a raposinha de fogo?

Se você já usa algum navegador que não seja o Internet Explorer, significa que está aberto a novidades, então dê uma chance ao Opera porque vale a pena. Mas se você ainda é adepto do navegador da Microsoft, experimente pelo menos o Firefox.

Arraste-me para o Inferno

O diretor Sam Raimi começou a carreira fazendo filmes de terror, até ficar mega famoso dirigindo os filmes do Homem-Aranha. Sete anos e três filmes do aracnídeo depois, ele volta ao gênero onde tudo começou.

Arraste-me para o Inferno conta a história de Christine Brown (Alison Lohman), uma gerente de crédito bancário que almeja ser promovida, mas para isso ela deve mostrar ao seu chefe que é capaz de tomar decisões difíceis. Eis que surge no banco a Senhora Ganush (Lorna Raver), uma velha cigana, que foi pedir a extensão do financiamento da sua casa. Para impressionar o chefe, Christine acaba negando o pedido. Resultado: a velha cigana joga uma maldição na pobre moça, que agora tem apenas três dias antes de perder sua alma para o inferno.

A pergunta que todos fazem é: e aí, Sam Raimi ainda leva jeito pra coisa? Bom, uma coisa é certa, o filme é melhor do que muito remake de terror japonês que sai por aí ( alguém ainda aguenta ver aqueles fantasmas de longos cabelos molhados?), mas não chega aos pés do clássico trash Evil Dead (Uma Noite Alucinante aqui no Brasil). Mas não se preocupe, Arraste-me para o Inferno ainda é bem trash para os padrões atuais, com sustos fáceis e cenas que envolvem algum líquido nojento.

O melhor do filme é que Sam Raimi não fica tentando esconder as coisas, fazer aquele suspense barato. Logo na primeira cena nós já vemos o demônio Lâmia arrastando um garotinho para o inferno. Enquanto a maioria dos filmes fica mostrando apenas vultos passando rapidamente ou sons estranhos, Raimi faz questão de mostrar uma sombra com a forma do demônio. E não é uma sombra que apenas assusta a protagonista, ela agride ferozmente a pobre Chrstine. Ou seja, um terrorzão à moda antiga. Além disso, o diretor faz questão de colocar coisas bem clichês de filmes antigos, como a cena em que Christine escava uma sepultura de noite e com uma chuva desgraçada repleta de relâmpagos. Em outra cena, a jovem amaldiçoada chega a jogar uma bigorna na cabeça da velha cigana (só faltou aparecer o Pernalonga na hora). Aliás, as lutas entre Christine e a Senhora Ganush são as melhores coisas do filme, quase tão boas quanto Ash enfrentando a própria mão em Evil Dead.

Arraste-me para o Inferno é realmente divertido pra quem já gostava dos filmes de terror do Sam Raimi, mas pessoas que só o conhecem por causa do Homem-Aranha provavelmente vão se decepcionar (na sessão em que eu estava, escutei gente dizendo que era o pior filme que tinham assistido na vida). Só fiquei decepecionado com o uso exagerado de computação gráfica na cenas que envolviam líquidos repugnantes. Dava pra perceber que era muito falso, só não sei se o diretor fez isso de propósito ou não. De qualquer forma, valeu o preço do ingresso (até porque só paguei três reais). Agora fico na esperança de que algum dia Sam Raimi faça um novo Evil Dead.

domingo, 30 de agosto de 2009

Se Beber, Não Case!

Quando saiu o primeiro trailer de Se Beber, Não Case!, eu já achei que o filme seria muito engraçado, mas não pensei que fosse uma das melhores comédias do ano. O filme já faz rir desde a primeira cena, quando Phil (Bradley Cooper) avisa à noiva de Doug (Justin Bartha) que não vai mais ter casamento porque eles simplesmente perderam o noivo.

Sempre que a cidade de Las Vegas aparece em algum filme ou sériado americano, são repetidas frases do tipo "o que acontece em Vegas fica em Vegas" ou "Las Vegas é a cidade do pecado". E os quatro protagonistas de Se Beber, Não Case! levam essas definições até as últimas consequências. Na história, Doug está prestes a se casar e seus melhores amigos - Phil, Stu (Ed Helmes) e Alan (Zach Galifianakis) - resolvem dar a ele uma das melhores despedidas de solteiro já vistas. O problema é que no dia seguinte os três acordam com uma baita ressaca e não se lembram de absolutamente nada da noite anterior. O quarto onde eles estão hospedados está totalmente arrasado e, pra piorar, eles não sabem onde está o noivo. Agora eles têm apenas um dia para encontrá-lo, seguindo algumas pistas: um tigre de bengala dentro do banheiro do quarto, um bebê dentro do armário, um dente quebrado e uma galinha.

O grande trunfo do filme é justamente usar a bebedeira como desculpa para todas as situações bizarras do filme, afinal, uma ressaca dessas pode acontecer na vida de qualquer um. Os atores também estão excelentes, nenhum deles têm atuação exagerada e caricata, fazendo com que a gente acredite que esses personagens realmente poderiam existir. E por falar em personagens, tem um coadjuvante que merece destaque: Mr. Chow (Ken Jeong). A primeira cena em que ele aparece, pulando e metendo a porrada nos três amigos, é de chorar de rir. O elenco conta ainda com a participação de Heather Graham, como uma simpática prostituta, e com Mike Tyson, que canta em uma das cenas.

Eu até gostaria de falar sobe algumas cenas, mas em um filme que se baseia em desvendar as pistas, isso poderia estragar certas surpresas. Mas pra quem gosta de uma boa comédia sobre amigos, vale muito a pena assistir Se Beber Não Case!. E não deixe de conferir, durante os créditos do filme, algumas fotos bizarras!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Comandos em Ação. Ação com Stephen Sommers no comando

Quando foi anunciado o filme de G.I. Joe (Comandos em Ação aqui no Brasil), eu fiquei logo com um pé atrás. Essa desconfiança aumentou ainda mais quando saíram as primeiras imagens e os personagens não se pareciam em nada com os bonecos que eu possuía. Eu tinha expectativa mais alta com X-Men Origens: Wolverine e Transformers 2. E acabei errando feio: G.I. Joe - A Origem de Cobra é muito mais divertido do que os outros dois. Tudo bem, isso pode ser efeito da minha baixa expectativa pelo filme, mas o fato é que me diverti bastante assistindo essa adaptação.

O filme, dirigido por Stephen Sommers, mostra o início da organização terrorista Cobra e a origem de seus dois fundadores: Comandante Cobra e Destro. A história é aquela de sempre, um novo tipo de armamento é desenvolvido e é lógico que os terroristas querem colocar as mãos nela. Então, cabe aos Joes impedirem que essa arma caia em mãos erradas. Mas apesar desse clichê, o filme é bem divertido, tanto em matéria de ação quanto em comédia (cenas geralmente protagonizadas por Marlon Wayans, que interpreta Ripcord). Já as melhores cenas de luta ficam por conta dos ninjas Snake Eyes (Ray Park, o Darth Maul de Star Wars) e Storm Shadow (Lee Byung-hun), inclusive temos vários flashbacks mostrando o passado dos dois. E não posso deixar de citar Rachel Nichols (Scarlett) e Sienna Miller (Baronesa) vestidas com roupas de couro.

Não posso se dizer se o longa é fiel ao desenho animado porque, sinceramente, eu não lembro de quase nada da animação. Mas fui ao cinema esperando ver coisas explodindo e muitos veículos, afinal, quem foi criança nas décadas de 80 e 90 sabe que tinham muitos deles pra comprar. E saí bem satisfeito, principalmente por causa do final que traz uma revelação sobre os líderes Cobra e já deixa um gancho para um possível segundo filme.

G.I. Joe - A Origem de Cobra é aquele típico filme pipoca, ideal para aqueles dias que você quer apenas se divertir no cinema, sem precisar pensar muito. Se não for no cinema, pelo menos vale o prço do aluguel quando sair em DVD e Blu-Ray. Eu me diverti.


PS: Não aguento mais essa coisa globalizada de manter o nome original dos filmes. Eu queria poder chegar no cinema e pedir um ingresso pra assistir Comandos em Ação.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Rebobine, por favor

Essa semana, finalmente consegui assistir Rebobine, por favor, comédia que chegou ao Brasil no começo do ano sem fazer muito alarde. O problema do filme é que ele pede que os espectadores tenham um certo conhecimento sobre cinema, o que acaba fazendo com que nem todos se divirtam com ele. Além disso, o filme, dirigido por Michel Gondry (o mesmo de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças), não é uma comédia de gargalhadas histéricas e constantes, é apenas divertido, principalmente pra quem viveu a época de filmes em VHS. Aqui no Brasil, onde a maior parte da população gosta de "comédias" como Liga da Injustiça (acho que é esse o nome), não é de se surpreender que Rebobine, por favor não tenha feito tanto sucesso.

Na história, Elroy Fletcher (Danny Glover) é o dono de uma pequena locadora que precisa desesperadamente de dinheiro para fazer reparos no prédio onde vive, ou será despejado. Para isso, ele sai em uma missão de espionar locadoras mais modernas, pra ver se consegue aum
entar sua freguesia. Assim, o único funcionário da locadora, Mike (Mos Def) fica encarregado de tomar conta dos negócios. Os problemas começam quando Jerry (Jack Black), amigo de Mike acaba desmagnetizando todas as fitas da locadora. Para não perder ainda mais clientes, os dois amigos resolvem então reencenar alguns filmes que as pessoas quisessem alugar, começando pelo clássico Caça-Fantasmas. Mas o que parecia uma solução maluca acaba dando certo. Toda a vizinhança fica sabendo dos filmes toscos e só querem saber de alugá-los. Jerry inventa até um termo para essas reivenções, "suecar", pois segundo ele esses filmes vinham da Suécia e por isso eram mais caros.

E é aí qu
e Rebobine, por favor fica realmente divertido. É muito engraçado ver os personagens criando soluções para certas situações que aparecem nos filmes reencenados. Na cena que o Geléia (como assim você não sabe quem é o Geléia?) atravessa uma parede, por exemplo, eles usam o velho truque de gravar a pessoa indo contra a parede, pausar e depois gravar a parede sem ninguém na frente. Em uma cena de Hora do Rush 2, em que os personagens ficam pendurados no alto do prédio, os dois amigos colocam o tabuleiro de um jogo embaixo deles, para parecer que estamos vendo uma cidade do alto. E não posso esquecer de falar do Robocop do Jack Black. Mas a cena que realmente chama a atenção é uma em que os personagens "suecam" vários filmes em sequência, tudo filmado pelo diretor em um único plano, sem cortes. O mais legal é que Michel Gondry proibiu que os atores assistissem aos filmes originais, eles tinham que reencenar tudo de acordo com suas próprias lembranças.

Outros filmes "suecados" em Rebobine, por favor são 2001: Uma Odisséia no Espaço, King Kong e Conduzindo Miss Daisy. Pena que ficaram de fora filmes como De Volta Para o Futuro e ET - O Extraterrestre. Seria hilário ver Mos Def e Jack Black fazendo a cena da bicicleta voadora.

Enfim, se você for como eu e cresceu assistindo a Sessão da Tarde, com as reprises dos filmes citados aqui, provavelmente vai se divertir com Rebobine, por favor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Kick-Ass realmente chuta bundas

Depois das cenas fodásticas e do trailer alucinante de Kick-Ass que foram exibidos na Comic-Con, essa semana eu finalmente resolvi começar a ler a HQ. E o resultado é que eu simplesmente não consegui parar de ler. Parei na sexta edição porque até agora foi tudo que traduziram, senão teria lido mais ainda. Depois desse momento de empolgação, vamos voltar à programação normal.

Kick-Ass (Chuta-Bundas em português), é uma HQ escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr. Ela conta a h
istória de uma garoto normal, Dave Lizewski, que é fã de quadrinhos e que um belo dia resolve vestir um uniforme colorido e sair por aí combatendo o crime, armado com um bastão de beisebol. A premissa é muito interessante, pois como o protagonista da história diz "com tantos fãs de quadrinhos por aí, será que ninguém nunca pensou em se fantasiar e combater o crime?". Confesso que quando eu era mais novo eu já fiz essa mesma pergunta. E logo na primeira edição, Mark Millar nos mostra porque ninguém faz isso. Logo em sua primeira atitude heróica, Kick-Ass é brutalmente espancado, esfaqueado e quando está fugindo acaba atropelado. Sim, a HQ tem muita violência e palavrões.

Mas como todo bom super-h
erói, Kick-Ass passa por cima das dificuldades (6 meses se recuperando depois de quase morrer) e continua tentando combater o crime. E, ao salvar um jovem de ser linchado por uma gangue, acaba sendo gravado pela câmera de um celular e vira celebridade no youtube. E por falar em youtube, são essas citações a coisas do mundo real que deixam a história ainda mais perto do nosso dia-a-dia. Em uma das cenas, por exemplo, Dave comenta com seus amigos que os X-Men do Joss Whedon são sensacionais (e são mesmo), além disso, ele acaba criando um perfil no MySpace para o Kick-Ass. São pequenas coisas que dão um tom especial à história.

E não posso deixa
r de mencionar a fantástica arte de John Romita Jr., várias páginas da HQ não têm diálogo algum, contando apenas com a arte do desenhista para contar a história. As cenas de luta desenhadas por ele são sensacionais, com destaque para a surra que o Kick-Ass leva em sua estréia e para a cena em que Hit-Girl promove uma verdadeira carnificina.

Se antes eu já estava ansioso pelo lançamento do filme baseado na HQ, agora a ansiedade é também por n
ovas edições traduzidas.

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