Tomb Raider Underworld: Lara Croft já viveu dias melhores
Quando saíram as primeiras notícias de que o novo Tomb Raider teria uma versão para PlayStation 2, eu me empolguei bastante, afinal, o anterior (TR Aniversary) tinha sido excelente. Então, essa semana finalmente coloquei minhas mãos no Tomb Raider Underworld e devo dizer que a decepção foi grande.
Vou começar falando dos gráficos. É claro que eu não esperava gráficos no nível de um PS3 ou Xbox 360, mas pensei que fossem estar à altura do Aniversary. Doce ilusão. Os gráficos estão muito abaixo do que se espera de um jogo de PlayStation 2, principalmente depois de jogar Tomb Raider Legend e Aniversary. Nesses dois jogos quando a Lara saía da água, por exemplo, dava pra ver que ela estava molhada, as roupas e o cabelo pareciam realmente estar molhados, além das roupas ficarem pingando durante um tempo. Claro que ela se secava logo, mas pelo menos por alguns segundos você tinha a sensação de que tinha realmente saído da água. Já no Underworld, não existe diferença da Lara em terra firme e da Lara saindo da água, ela está sempre seca. Isso sem contar os cenários com poucas texturas, claramente os produtores simplesmente pegaram a versão de PS3, tirou algumas texturas e fez qualquer coisa pro PS2. A única coisa que se salva é o modelo da personagem que se move de maneira bem natural, apesar de que em algumas fases ela não parece estar realmente ali. Provavelmente deve ser pela grande diferença de qualidade nos gráficos da Lara e dos cenários, os gráficos dela são tão melhores que ela não combina bem com os cenários.
Mas, infelizmente, os gráficos não são o único defeito do jogo, os comandos também estão horríveis. Tudo bem que os comandos de Tomb Raider nunca foram primorosos, mas também nunca estiveram tão ruins quanto no Underworld, principalmente quando você está escalando alguma parede. Várias vezes eu colocava a seta pra esquerda, por exemplo, e a Lara se posicionava para pular pra trás. Isso sem falar da câmera, que já não ajudava muito nos jogos anteriores, mas que nesse jogo além de não ajudar ela atrapalha demais. Morri muitas vezes na tentativa de dar um salto para algum lugar, a câmera simplesmente mudava de ângulo de repente, me confundindo todo e fazendo a Lara cair para a morte. Como eu disse, isso acontecia às vezes nos jogos anteriores, mas no Underworld isso é constante.
Apesar dos defeitos nos gráficos e na jogabilidade, eu poderia relevar tudo isso se Tomb Raider Underworld se saísse bem na categoria que eu considero mais importante na franquia: o desafio. E, mais uma vez, me decepcionei. É bom começar dizendo que o jogo é curto demais, quando pensei que o jogo estava finalmente esquentando, ele simplesmente acaba e sem nenhum chefe pra enfrentar no final. Em vez de ficar feliz ao zerar o jogo eu fiquei decepcionado. O jogo não apresenta um terço da dificuldade que os outros apresentavam, para passar das fases basicamente o que o jogador tem que fazer é andar em linha reta que vai acabar chegando ao final delas, sem contar que as fases são extremamente curtas. Underworld não tem mais aquelas fases gigantes, com templos cheios de detalhes a serem explorados e vários quebra-cabeças para serem solucionados. Os templos são muito fáceis e óbvios, qualquer jogador iniciante vai acabar descobrindo o que tem que fazer. E os inimigos? Praticamente inexistem. Vez ou outra aparece algum bicho pra ser enfrentado, mas é muito fácil se livrar deles. E nenhuma fase tem um chefe. Enfim, a maior dificuldade do jogo está justamente em outro defeito: os controles ruins.
É realmente uma pena ter que falar mal de um jogo que tinha tudo pra ser muito bom. A história é interessante, com a Lara indo atrás da mãe dela, passando por locais como Avalon e Valhalla, cenários que poderiam ter sido muito melhor aproveitados no jogo. Se você nunca jogou algum jogo da série, Tomb Raider Underworld pode ser uma boa, afinal, ele é bem fácil. Mas se você é um fã de longa data da Lara Croft, passe longe dessa bomba, pelo menos da versão de PlayStation 2.